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Tesla criou equipe para cancelar reclamações de clientes sobre os carros
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Tesla criou equipe para cancelar reclamações de clientes sobre os carros

A Tesla convencia clientes insatisfeitos a não utilizar o serviço de pós-venda devido a problemas de autonomia manipulada das baterias

Ana Carolina Bilatto, especial para o Jornal do Carro

29 de jul, 2023 · 5 minutos de leitura.

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Tesla reclamações
Em agosto de 2022, grupo de clientes criou o site Tesla Hunger Strike, para elencar todos os problemas dos carros e do pós-vendas da marca de Elon Musk
Crédito:Tesla Hunger Strike/Divulgação

O xilofone, um instrumento musical, é usado para comemorar “conquistas” da “equipe de diversão”, um grupo nomeado por Elon Musk dentro da Tesla. É o que revelou uma reportagem da Reuters nesta semana. O departamento tinha o hábito de tocar o xilofone sempre que convencia um cliente a não utilizar o serviço de pós-venda da marca. Especialmente nas queixas relacionadas à autonomia dos veículos, que é menor que a divulgada.

Tudo começou uns anos atrás, quando a Tesla manipulou números de alcance das baterias. A tática serviu para promover a marca nos Estados Unidos. Naquele momento, o esquema envolvia a manipulação da programação do computador de bordo. Ou seja, mostrava uma autonomia maior que a real nos primeiros 50% da carga da bateria. Assim, a partir da metade da carga, o condutor finalmente visualizava a autonomia real.



Em resumo, os clientes da Tesla diziam que seus carros não percorriam a distância indicada. E partiam em busca de serviço técnico para verificar o estado da bateria. Entretanto, o serviço de pós-venda, representado pela “equipe de diversão”, realizava um diagnóstico online. E informava ao cliente que estava tudo certo. Dessa forma, cancelava a reclamação. E os atendentes comemoravam do outro lado da linha com um xilofone.

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De acordo com a Reuters, a equipe era animada. Os funcionários colocavam seus telefones no modo silencioso para aplaudir ao som do xilofone. Alguns até dançavam para comemorar o feito.

Tesla
Tesla Model S (Tesla/Divulgação)

Comemoração pelo desvio de pós-venda da Tesla

Conforme relataram os gerentes da “equipe da diversão”, cada atendimento cancelado representava uma economia de US$ 1.000 para a Tesla. Além disso, os funcionários deveriam acompanhar os atendimentos desviados do pós-venda. O que resultava em centenas de clientes com visita não agendada.


Contudo, os funcionários ficavam sobrecarregados com carros que precisavam de conserto. O que remete aos problemas de qualidade que a Tesla enfrentava. E, em alguns casos, continua a enfrentar.

Tesla Model 3
Tesla/Divulgação

Entretanto, a atuação da “equipe de diversão” levanta preocupações com os clientes. Sobretudo nas situações em que a bateria se esgotasse na estrada, por exemplo. Havia um “estoque de segurança”. Este previa uma reserva de 24 km. Na época, a Tesla tinha só os modelos Roadster e Model S. Por isso, não há informações se o algoritmo que altera a autonomia ou o setor de fraudes continuam ativos.


Por fim, vale destacar que a Tesla não é a única montadora que não cumpre o que promete nos anúncios comerciais. Outras marcas também tiveram casos semelhantes, entre elas Ford, GM, Hyundai e Porsche, segundo o portal norte-americano Edmunds.com, que reúne dados técnicos de carros de todas as marcas e serve de fórum para clientes.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.