A equipe de transição do próximo presidente dos EUA, Donald Trump, quer eliminar a exigência de relatórios de acidentes que ajudem a NHTSA (a agência de segurança viária norte-americana) a investigar e regulamentar carros autônomos. O grupo criticou a coleta “excessiva” de dados, de acordo com a Reuters. Jason Miller, um dos conselheiros de Trump, disse que as recomendações vieram de fora, e não da equipe de transição. Contudo, não é a primeira vez que a futura administração do país sinaliza em favor dos carros autônomos.
As regras afirmam que montadoras precisam informar às autoridades caso um carro envolvido em um acidente estivesse operando com tecnologias avançadas de assistência ou autônomas até 30 segundos antes do impacto. A razão mais provável para eliminar essa exigência seria porque a Tesla é responsável por mais de 1.500 acidentes relatados no programa.
Assim, a marca de Elon Musk, um dos grandes apoiadores de Trump, leva o título de infratora majoritária se comparada às outras fabricantes. Conforme os dados da NHTSA, 40 das 45 colisões fatais com registro até 15 de outubro deste ano foram com carros com o sistema Full Self-Driving da Tesla, que ainda não é totalmente autônomo.
Trump também vai beneficiar outras montadoras
Mas não é só a Tesla que passa por investigações. De acordo com a agência de trânsito, mais de 2.700 acidentes foram reportados por diversas montadoras desde que a regra foi criada, em 2021. Uma das análises envolve a GM’s Cruise, divisão de táxis autônomos da GM.
Ou seja, apesar das críticas ao sistema Full Self-Driving, também há uma chance de que o alto número de colisões não seja um fenômeno exclusivo da Tesla. Segundo informações internas, os relatórios da montadora são mais abrangentes que os das demais marcas. Desse modo, acaba liderando os registros de acidentes.
Seja como for, reduzir as regulamentações para novas tecnologias no mercado não traz benefícios ao consumidor. Pelo contrário, só aumenta as desconfianças em relação à segurança. Em síntese, o futuro presidente olha apenas para as “inconveniências” que esse tipo de fiscalização mais rígida traz aos empresários, ignorando as necessidades do público, o que é uma grande irresponsabilidade.
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