Teste das antigas: Chevrolet Omega V6

Versão 2001 do modelo ganhava leve reestilização, mas mantinha motorização conhecida desde 1999

Por 25 de dez, 2015 · 10m de leitura.

Depois do fim da produção do Omega nacional, em 1998, a Chevrolet bem que tentou aproveitar o sucesso do modelo original para emplacar as gerações seguintes do sedã, trazidas da Austrália. No entanto, eles eram substancialmente mais caros e, com a concorrência mais pesada dos importados, o Omega australiano não chegou perto do sucesso do primeiro carro. Veja o que achamos do modelo Omega 2001, que passava por uma leve reestilização, nas palavras do repórter Igor Thomaz, publicadas na edição de 12/09/2001.

Omega chega renovado, mas não perde a sobriedade
Modelo topo de linha da General Motors, importado da Austrália, ganhou novo visual dianteiro e traseiro e agora traz controle de tração. Motor que equipa o sedã continua o mesmo, assim como o preço


A General Motors mudou poucas características do Omega 2001, que só agora começa a chegar ao mercado nacional, mas a leve reestilização deixou o modelo luxuoso bem mais atraente na nova versão.

O preço, porém, continua inalterado: são US$ 45.459, ou cerca de R$ 118 mil – o modelo, que teve a versão antiga produzida no Brasil até 1998, é importado da Austrália, onde é produzido pela Holden (marca pertencente à GM) com o nome de Commodore.

A montadora substituiu a antiga grade bipartida por outra inteiriça, que preservou as aletas alinhadas na vertical. O acabamento cromado, antes aplicado em toda a grade, deu lugar à cor prata, que predomina também no contorno. Os faróis ganharam lentes de policarbonato e as luzes laterais de direção, nos pára-lamas, agora têm lentes brancas. As mudanças, que deixaram a frente do sedã mais bonita, também foram estendidas aos pára-choques – o frontal recebeu faróis de neblina.


Na traseira, a mudança mais notória é a ausência do aplique plástico que unia as duas lanternas, que também foram redesenhadas. Com isso, o modelo ficou mais sóbrio.

Por fim, as rodas de liga de alumínio do Omega, nas medidas 7×16” com pneus 215/60, também ganharam novo desenho. O bonito visual externo do modelo é complementado pela ponteira de escapamento cromada, molduras inferiores de cor cinza, frisos e capas dos retrovisores na cor da carroceria e detalhes cromados.

Controle de tração.Outra novidade de destaque na linha 2001 é o controle de tração, equipamento que diminui a transmissão de força do motor para as rodas quando os pneus começam a perder contato com o piso – o sistema pode ser desativado por meio de uma tecla ao lado direito da alavanca de câmbio.


Eficiente.O eficiente conjunto mecânico que equipa o Omega continua o mesmo. Com 200 cv de potência a 5.200 rpm e torque (força) máximo de 31 mkgf a 3.600 rpm, o motor 3.8 V6 com injeção eletrônica seqüencial dá muita agilidade ao carro, apesar dos 1.601 kg do modelo.

O câmbio automático de quatro velocidades oferece as opções de condução econômica ou esportiva, acionada por meio da tecla “Power” – alojada no console central, ao lado da alavanca de mudanças. Essa distinção não torna o sedã lento no modo econômico, ainda mais quando o pedal do acelerador é pressionado ao máximo. A diferença é que, na opção esportiva, a transmissão fica mais sensível aos toques no acelerador, reduzindo as marchas com maior frequência para fazer o Omega ganhar velocidade – apesar da eficiência, o câmbio do Chevrolet oferece uma marcha a menos que o do Volkswagen Passat, modelo de tamanho inferior que conta ainda com opção de trocas de marchas manuais.

No final das contas, o desempenho agrada bastante: o sedã acelera de 0 a 100 km/h em 10 segundos e atinge 216 km/h de velocidade máxima, números bons para um veículo de grande porte. O consumo urbano de combustível, medido pelo Jornal do Carro, ficou em 7 km/l.


Conforto. Por dentro, o modelo traz um bom número de equipamentos, muito espaço e acabamento bem feito. Bancos, laterais das portas, volante e manoplas do câmbio e do freio de estacionamento têm revestimento de couro – as regulagens de altura e profundidade dos bancos dianteiros são elétricas, enquanto as do volante são manuais.

Além disso, o Omega 2001 oferece direção hidráulica comandada eletronicamente, que regula o “peso” do volante de acordo com a velocidade (o que a montadora batizou de Variatronic), ar-condicionado eletrônico com saídas também para quem ocupa o banco traseiro, computador de bordo com 12 funções e rádio/toca-fitas com disqueteira para 10 discos, que fica no porta-malas.
Para a segurança, o sedã oferece duas bolsas infláveis frontais, duas laterais – alojadas nas laterais dos bancos dianteiros –, freios a disco nas quatro rodas com sistema antitravamento (ABS) e terceira luz de freio.

Além de todos estes equipamentos, o Omega oferece controle automático de velocidade e um alarme que é acionado quando o condutor ultrapassa em 15 km/h uma velocidade pré-determinada, o que ajuda a evitar multas em vias onde há radares.


Com tantos equipamentos, falta uma tecla para o acionamento interno das travas das portas. Além disso, a posição da tecla de abertura interna do porta-malas é um pouco estranha, já que ela fica “escondida” dentro do porta-luvas – a tecla parece ter sido esquecida, já que na Austrália, onde é feito, a direção e alguns comandos para o motorista ficam do lado direito. Mais estranha para os brasileiros é a posição do freio de estacionamento que fica mais à direita, entre o console e o banco do passageiro. Como o volume de Omegas importados não é muito alto, a GM preferiu não bancar a troca de posição do componente.

Ao contrário do espaço de sobra para os passageiros, o porta-malas não é tão amplo, pois acomoda 475 litros de bagagem – modelos menores, como o Fiat Siena, tem capacidade para 500 l.