Tira-dúvidas do leitor: motor dois cilindros

Leitor quer saber se bicilíndricos são eficientes e por que não estão disponíveis no mercado brasileiro

Por 11 de out, 2015 · 4m de leitura.

Tenho lido várias reportagens falando sobre “downsizing”, (tendência que aposta na redução do “tamanho” do motor mantendo altos números de potência e torque). No Brasil, Ford e Volkswagen já têm versões de três cilindros e, na Europa, a Fiat oferece uma opção com dois cilindros para alguns modelos. Gostaria de saber se esses bicilíndricos são eficientes para mover carros e, no caso de resposta afirmativa, por que não estão disponíveis no mercado brasileiro.

ALFREDO INOUE
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RESPOSTA:No Brasil, a Ford tem um três-cilindros para o Ka e a Volkswagen oferece a configuração para o Up! Os tricilindricos também estão no Kia Picanto e no Hyundai HB (1.0), nos Nissan March e Versa (1.0), no Smart Fortwo (0.9) e no Mini Cooper (ambos 1.5). Todos cumprem bem a tarefa de mover esses carros. Nas motos, essa configuração está consolidada há tempos. “Os tricilíndricos têm menos peças móveis, o que permite reduzir o atrito interno, massa e tamanho, com melhor aproveitamento do espaço” diz o gerente de pós-vendas da britânica Triumph, Claudio Peruche.

Reunindo o “melhor dos dois mundos”, eles têm bom torque em baixas rotações, como nos dois-cilindros, e podem atingir giros elevados. Isso se traduz em boas respostas aos comandos do acelerador, como nos quatro-cilindros. Ainda menor, o TwinAir, de dois cilindros, 875 cm³ e 85 cv (foto acima), estreou no Fiat 500 europeu.

Entre as vantagens, todos esses propulsores se caracterizam pelo baixo consumo de combustível e, consequentemente, dos níveis de emissões de CO2, gás causador do efeito estufa. O desenvolvimento desses motores foi possível graças às novas tecnologias, que colaboraram para diminuir as perdas por bombeamento e o atrito entre as peças.


O senão são as vibrações, que têm de ser anuladas por meio de árvore de balanceamento ou coxins mais sofisticados e robustos. A adoção de bicilíndricos no País não está na pauta das montadoras por causa do preço de construção e do número reduzido de possibilidades de aplicações, o que limita a produção em grande escala.

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