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Toyota Hilux GR Sport apela no visual, mas conquista pela nova suspensão
Avaliação

Toyota Hilux GR Sport apela no visual, mas conquista pela nova suspensão

Versão com visual esportivo custa R$ 214.990 tem pacote da versão de topo e suspensão mais firme que surpreende

José Antonio Leme

12 de dez, 2019 · 8 minutos de leitura.

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TOYOTA HILUX GR SPORT
Crédito:FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO

É preciso ter padrão para algumas coisas. E na hora de testar veículos diferentes ou uma nova versão, é interessante que você tenha a oportunidade de colocar o novo veículo na mesma situação que você experimentou o antigo para comparar as diferenças e possíveis mudanças para ver se são perceptíveis ou ficaram pouco presentes. E com a série limitada GR Sport da Hilux foi possível ver as diferenças entre o novo e o velho.

No caso da Toyota Hilux, um dos – se não o principal – calcanhar de aquiles do modelo era a suspensão extremamente macia, especialmente se comparada a todas as rivais do segmento. O principal incômodo se dava nas curvas, quando a carroceria e os ocupantes eram jogados de um lado para o outro.

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FELIPE RAU/ESTADÃO

A Toyota ainda não resolveu isso, porém a série limitada GR Sport (GR é de Gazoo Racing, divisão esportiva da companhia japonesa) conseguiu resolver isso e mostrou para a Toyota que pode ser um bom caminho adotar a mesma calibragem de suspensão para o restante da linha. O custo? R$ 214.990.

Tanto em linha reta quanto nas curvas ou em piso ruim, agora a Hilux pula menos e fica mais estável. Isso se traduz em mais conforto para os ocupantes. Em trechos sinuosos, a picape mantém a carroceria estável, na terra, a suspensão é quem pula, não a cabine. Um alento para os ocupantes.

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FELIPE RAU/ESTADÃO

Mudanças da Hilux GR Sport

Para isso, a Toyota adotou novas molas, mais duras e substituiu os amortecedores de tubo duplo por amortecedores de tubo único. Além disso, há novas válvulas de passagem do óleo nos amortecedores. Todas essas alterações resultam em um amortecimento adequado, mas com padrão mais equilibrado, especialmente no retorno.

Para combinar com essa tocada mais “agressiva”, a Toyota optou por um grafismo esportivo para a série especial com as cores da sua equipe de corrida – preto, branco e vermelho. Há adesivos de corrida pela carroceria e uma nova grade, com o escrito “Toyota” em letras garrafais, ao estilo Ford na F-150 Raptor.


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FELIPE RAU/ESTADÃO

As rodas e o capô têm acabamento preto, há detalhes vermelhos nos faróis de neblina, a grade tem formato de colmeia e há três opções de cores da carroceria: branca, vermelha ou preta. Na parte interna, o logo “GR” aparece bordado no encosto de cabeça dos bancos dianteiros, no botão de partida. No console central, há uma plaqueta com o número da unidade entre as 420 produzidas.

Motor e câmbio continuam iguais

Sob o capô, nada novo. Hoje a Hilux é a mais fraca entre as picapes médias do País. O motor quatro-cilindros de 2,8 litros que rende 177 cv a 3.400 rpm e 45,9 mkgf a 1.600 rpm. O câmbio é o automático de seis marchas com seletor eletrônico para o 4×4 e 4×4 reduzida.


O conjunto pode não ser o mais potente ou ‘torcudo’ da categoria, mas consegue atender bem as necessidades da picape. No asfalto, com carga, ela tende a refugar na primeira redução de marcha, mas reage bem graças ao bom escalonamento do câmbio.

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FELIPE RAU/ESTADÃO

Para tentar mitigar os números menos, a Toyota adotou dois modos de condução, ‘eco’ e ‘power’, o primeiro deixa a resposta do acelerador mais lenta e o segundo um pouco mais ágil para responder mais ágil, mas não espere uma esportividade que faça jus ao visual da picape.


Ergonomia e itens de série

A posição de guiar é fácil de encontrar graças aos diversos ajustes disponíveis. O espaço interno acomoda bem cinco adultos, mas quem for sentado no meio no banco traseiro vai ter que lidar com o túnel central alto roubando espaço das pernas.

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FELIPE RAU/ESTADÃO

Ela é bem completa, já que é baseada na versão de topo SRX. São sete air bags, central multimídia com TV digital, mas que não tem integração a Apple CarPlay e Android Auto, presente no Corolla, e não é de fácil usabilidade, e controle de velocidade de cruzeiro, banco do motorista com ajuste de altura e distância elétrico e volante com ajuste de altura e profundidade.


Traz ainda controles de tração e estabilidade, assistente de reboque, bloqueio do diferencial traseiro, assistente de partida em rampa e de descida em ladeira, luz de condução diurna, chave presencial com partida por botão, entre outros.

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FELIPE RAU/ESTADÃO

PRÓS E CONTRAS – TOYOTA HILUX GR SPORT

PRÓS – SUSPENSÃO


A nova calibragem de suspensão resolveu o problema mais incomodava da Hilux que era a suspensão demasiadamente macia. O conforto e a estabilidade aumentaram para os ocupantes com o ajuste mais firme.

CONTRAS – CENTRAL MULTIMÍDIA

Além de não ter uma boa usabilidade e interface pouco amigável, a picape média mais vendida do País ainda não tem conectividade da integração da tela com os sistema de Android Auto ou Apple CarPlay que já foi aplicada ao Toyota Corolla.




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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.