Um é hatch, tem visual pouco ortodoxo, propulsão híbrida e vem do Japão. O outro é um sedã de estilo relativamente comum, traz motor flexível e é fabricado no Brasil. Apesar dessas diferenças, um fator os aproxima muito e, em geral, é o mais determinante na decisão de compra: preço. Percorremos um roteiro de 124 quilômetros, que incluiu cidade e estrada, com o Toyota Prius, cuja tabela é de R$ 123.950, e o Audi A3 Sedan 1.4, que na opção Ambiente sai a R$ 117.990, para comparar desempenho, conforto, espaço, equipamentos e consumo.
Não se trata, porém, de um comparativo clássico, porque esses carros são muito diferentes na proposta. Mas é possível adiantar que o Prius é imbatível em consumo e que o Audi leva a melhor em conforto.
As principais diferenças, além do visual, estão sob o capô. O Toyota usa um conjunto híbrido, com motor 1.8 a gasolina e outro elétrico. Juntos, rendem 123 cv, gerenciados por um câmbio automático CVT. O Audi traz um 1.4 turbo de 150 cv flexível e câmbio automático de seis marchas.
Saímos da zona norte de São Paulo e atravessamos a cidade, rumo à zona sul. Nessa primeira etapa, ficou evidente que em consumo o Prius não daria chance ao A3, ainda que o Audi tenha sede moderada (e estivesse abastecido com gasolina).
Os motoristas foram se revezando ao volante, para atenuar qualquer diferença de modo de condução, e andamos sempre dentro dos limites de velocidade de cada via, seja na cidade (faixa de 50 km/h), seja na estrada (100 km/h). O consumo foi apontado pelos computadores de bordo dos veículos.
Rendimento.No ciclo urbano, o Prius ganha por larga margem graças ao uso extensivo do motor elétrico, enquanto o a gasolina permanece desligado. No Audi, mesmo com o sistema start&stop desligando o motor em paradas, não foi possível se aproximar dos quase 25 km por litro do Toyota (os resultados estão na página ao lado).
Na estrada, o A3 mostrou que, se não pode superar um híbrido, consegue chegar bem próximo: o pequeno 1.4 fechou o “bico” e gastou bem pouco. Com o 1.8 do Prius funcionando por mais tempo, o consumo do híbrido caiu para a casa dos 23 km/l, enquanto o A3 chegou a bons 20,8 km/l de média.
É verdade que estar ao volante de um Audi inclui certa pompa e atrai alguns olhares, mas poucos carros chamam tanta atenção nas ruas quanto o Prius. O visual “diferentão” sem dúvida adiciona bastante caráter ao Toyota. Você pode até não gostar, mas é impossível ficar indiferente.
Ao volante, os dois são bem diferentes. Logo nos primeiros metros fica clara a proposta mais sensível e econômica do Prius, que tem respostas definitivamente mais plácidas aos comandos do acelerador.
O “jogo de empurra” entre os motores elétrico e a gasolina é mostrado no painel de forma quase hipnotizante e tudo conspira para uma condução econômica ao máximo.
Essa nova geração do Toyota surpreende bastante pela competência do conjunto. No modo “Power” (força), o Prius mostra bom desempenho.
O Audi, por sua vez, entrega o que promete: conforto, luxo e um 1.4 valente, sempre pronto para acelerar. A chave para a economia no A3 é o modo de conduzir, que faz toda a diferença no sedã com motor turbo.