A Toyota lançou o Yaris Sedan para ocupar o largo espaço que havia entre o Etios e o Corolla. Com isso, o novato disputa compradores com o Volkswagen Virtus e o Fiat Cronos, que também foram lançados neste ano. Todos são três-volumes compactos com um quê de requinte.
Neste comparativo, Yaris, Virtus e Cronos se enfrentam nas versões de topo. E o VW levou a melhor. A opção Highline, tabelada a R$ 79.990, custa um pouco menos que o Toyota XLS (R$ 81.990).
O Fiat com motor 1.8 parte de R$ 69.990, mas precisa de muitos pacotes de opcionais para se equiparar aos rivais em equipamentos. Completo, vai a R$ 80.660.
O Virtus sobressai em dirigibilidade, graças ao bom conjunto formado pelo motor 1.0 turbo e o câmbio automático de seis marchas. É também o mais espaçoso do trio. Além disso, pode receber um pacote de opcionais de R$ 4.085 para ter itens exclusivos no segmento, como painel virtual. Nesse caso, a tabela vai a R$ 84.075, mas a funcionalidade dos itens extras compensa o preço.
Briga boa
O porta-malas do Virtus tem 523 litros de capacidade, só dois a menos que o do o Cronos. A do Toyota, embora boa, é inferior à dos rivais: 473 litros.
Cronos e Yaris, aliás, disputaram o segundo lugar ponto a ponto, mas o Fiat acabou levando a melhor pelo porta-malas maior, visual mais bem acertado e preço menor, mesmo quando recheado de equipamentos.
O maior senão do Fiat é o espaço interno, prejudicado pelo entre-eixos igual ao do hatch Argo. Há bem menos espaço para as pernas dos passageiros de trás do que no VW e no Toyota.
Nessa faixa de preço, o trio vem muito bem equipado. Todos têm itens importantes como controles de estabilidade e tração e mimos como chave presencial, partida do motor por botão e multimídia.
Só o Yaris tem teto solar elétrico, bancos de couro e air bags do tipo cortina. O Virtus traz bolsas frontais e laterais de série, enquanto o Cronos só vem com as dianteiras – as laterais são opcionais e custam R$ 2.630. O Toyota, porém, fica devendo uma central multimídia mais completa e fácil de usar.
Virtus anda mais, mas Cronos surpreende
Não se engane quanto ao motor 1.0 do Virtus. O pequeno três-cilindros com turbo gera 128 cv e é 11 cv mais fraco que o 1.8 do Cronos, mas, na prática, deixa claro a que veio. Aliado ao câmbio automático de seis marchas, garante um ótimo desempenho ao sedã da VW.
O torque máximo é superior ao dos rivais e chega mais cedo, a 2 mil giros. Isso faz do Virtus o sedã mais esperto do trio. A transmissão tem trocas rápidas e contribui para dar agilidade em qualquer situação.
O 1.8 do Cronos é o mais potente e tem quase tanto torque quanto o do VW, mas a força chega em rotações elevadas. E, como demora mais para subir o giro, o sedã mineiro acaba sendo menos ágil.
O maior problema do Cronos é o câmbio automático. A caixa tem trocas lentas e apresenta dificuldade para “entender” o que o motorista quer. As reduções ocorrem a muito custo e não raramente é preciso “forçá-las” por meio das aletas no volante.
Uma transmissão mais esperta faria muito bem ao Fiat, que tem ótimo acerto de suspensão e entrega bom rendimento em alta rotação, respondendo melhor até que o Virtus a uma tocada mais esportiva. Em rotações elevadas, o Volkswagen não tem o mesmo brilho.
Yaris poderia ter mais força
O Yaris é o mais comportado do grupo. Seu 1.5 tem só 110 cv e dá desempenho modesto ao modelo. O Toyota não é lento graças ao peso baixo e ao câmbio CVT, que, embora tire boa parte da emoção ao volante, tem respostas rápidas e não eleva demais o giro do motor sem necessidade.
O câmbio do Toyota permite trocas manuais por aletas no volante, mas dificilmente o motorista precisará utilizar esse recurso, como no Cronos.
Embora o Yaris tenha rodas de apenas 15 polegadas, ante as de 17” dos rivais, e pneus mais estreitos, sua estabilidade é muito boa. Virtus e, principalmente, Cronos, são mais divertidos, mas não parecem ser tão seguros quanto o Toyota.