A vida na boleia não é fácil. Caminhoneiro passa semanas longe de casa, enfrenta estradas em péssimas condições, paga pedágio e diesel caros, corre risco de assaltos… A lista dos problemas é extensa. Não é brincadeira. Mas, dependendo do veículo, pode ser pura diversão. Andamos em uma miniatura do Scania “cara chata”, modelo feito para crianças e não tão crianças assim.
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A primeira impressão é que o modelo produzido pela Roger’s Garage em São Bernardo do Campo, berço da indústria automobilística nacional, foi feito somente para crianças. Afinal, as medidas são compactas. Embora seja alto (1,87 m), o Mini Truck tem 2,38 metros de comprimento. Mas, após passar pela pequena porta, o interior revela-se bom para duas pessoas, desde que não muito grandes (ou pesadas).
Basta apertar o botão de ignição para o motor a gasolina de um cilindro, 110 cm3 e 7,8 cv começar a emitir aquele “toctoctoc” típico de kart indoor. A diferença é que, como estamos em um “caminhão”, o som chega mais abafado à cabine. O assoalho é revestido de carpete, os bancos acolchoados são recobertos por uma imitação de couro e o teto usa o mesmo tipo de revestimento de automóveis. Afinal, minicaminhoneiros merecem conforto, até porque a brincadeira é cara. No caso, o Mini Truck tem preço de gente grande: R$ 27 mil.
Motor é movido a gasolina e câmbio tem três marchas
Com um pouco de imaginação – e isso é o que não falta às crianças -, dá para dizer que o volante deitado está exatamente na mesma posição verificada em caminhões de verdade. E ainda tem câmbio um pouco duro, como nos caminhões “raiz”. Mas nada que crianças não consigam operar. Exige mais jeito do que força.
A alavanca comprida, que vem do assoalho, também lembra a dos “brutos”. São três marchas para a frente, engrenadas em modo sequencial, além da ré. A embreagem é automática. Por isso, há apenas dois pedais: freio e acelerador, como nos karts. Para aumentar marcha, basta aliviar o acelerador e empurrar a alavanca para a frente. Reduções são feitas para trás. A ré é a última posição.
Ao contrário dos caminhões “de verdade”, que exigem perícia e carteira de habilitação especial, o controle do minicaminhão é muito simples: como a embreagem é automática, se o “caminhoneiro” tirar o pé do acelerador o carrinho perde velocidade rapidamente, e o motor não morre quando ele para.
Frear também não é problema. O minicaminhão não emite aquele “chichichi” típico de freio de caminhão, mas ele tem discos nos dois eixos. São dois na frente e um atrás, como nos karts.
De acordo com a empresa, o modelo pesa 150 kg, e é capaz de levar até 160 kg. A velocidade máxima declarada é de 40 km/h. Não há cintos de segurança.
Como o modelo não foi homologado para andar nas ruas, não pode ser emplacado e deve ser utilizado somente em locais fechados, como propriedades privadas (sítios, por exemplo).
O Mini Truck tem chassi tubular de aço e carroceria de fibra de vidro. Segundo a proprietária da Roger’s Garage, Regina Gutierrez, o modelo utiliza caixa de direção mecânica da Towner, monovolume compacto que era vendido pela Asia Motors e depois passou a ser produzido pela Hafei. O conjunto motor-câmbio é da chinesa Lifan, e os freios hidráulicos são da Mitsubishi L200. Discos, pinças de freio e amortecedores são da moto Honda Titan 150. As maçanetas são de porta residencial. A garantia é de seis meses.
Outras miniaturas
Além do Mini Truck, a Roger’s Garage produz também outros modelos. É o caso do Ford 32 (R$ 28 mil), Fusca e bugue (R$ 16 mil), entre outros. Como a produção é artesanal, é possível fazer o acabamento de acordo com o gosto do cliente.
Segundo Regina, há encomenda de um mini-Fusca com pintura do Herbie, por exemplo. O revestimento interno pode ser de couro natural e até tecido impermeável, por exemplo. A produção demora cerca de 40 dias.