Honda e Nissan chegaram a um acordo para unirem forças em um negócio de US$ 54 bilhões (R$ 330 bilhões na conversão direta). Resta saber agora se a Mitsubishi, aliada há tempos da Nissan, vai se juntar nessa fusão. A montadora tem até o fim de janeiro para decidir. Caso a resposta seja positiva, as cifras sobem para US$ 58 bilhões (R$ 355 bilhões).
Se a joint venture entre as três marcas for adiante, esse grupo vai se tornar a terceira maior montadora do mundo em vendas, atrás apenas de Toyota e Volkswagen. Além disso, será a maior fusão entre empresas na história do Japão. A negociação, contudo, só deve chegar ao fim por volta de agosto de 2026.
As companhias vão operar por meio de uma holding ainda sem nome definido, mas com a Honda assumindo o papel principal. Entretanto, não está claro se Nissan e Mitsubishi manteriam sua estrutura organizacional ou se farão parte de uma única empresa com o nome Honda. Já a Renault, proprietária de cerca de um terço da Nissan, afirma que “vai considerar todas as opções pensando no melhor interesse do grupo e seus acionistas”, indicando que não fará parte da fusão.
Como a fusão vai afetar Nissan e Honda
Para a Nissan, que enfrenta uma grave crise, entrar nessa parceria pode significar uma reviravolta nas contas. A marca vem lutando para recuperar os lucros e as vendas em declínio na última década. Já para a Honda, a vantagem será utilizar a experiência da futura parceira em tecnologia para carros elétricos. Em termos de propriedade intelectual e capacidades de manufatura apenas, os ganhos podem ser maiores que o valor de US$ 54 bilhões da fusão.
Mas o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, disse que a intenção do negócio não é “salvar” a Nissan, e sim fazer uma adaptação drástica no ambiente da empresa. Essa declaração sugere que a marca vê a joint venture como uma medida estratégica para enfrentar desafios como a eletrificação, que caminha a passos lentos na Honda.
O potencial envolvimento da Mitsubishi, por sua vez, adiciona uma camada extra de complexidade. Enquanto a montadora pode se beneficiar de uma rede de distribuição muito maior para seus carros, também corre o risco de perder sua identidade de uma forma geral. Se decidir por se unir à dupla, a Mitsubishi vai precisar ter um papel bem definido nessa nova aliança para conseguir aumentar sua relevância, e não sumir em meio a outras duas marcas mais fortes. Só nos resta aguardar.
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