A Volkswagen Kombi pode ressurgir das cinzas. Recentemente, o presidente do conselho da montadora, Dr. Heinz-Jakob Neusser, revelou que engenheiros da marca já trabalham em um protótipo elétrico para a nova “Velha Senhora”, ainda sem previsão de estreia. O modelo saiu de linha em dezembro de 2013, quando deixou de ser produzido no Brasil.
Até que a fabricante decida relançar um dos carros mais emblemáticos de todos os tempo, separamos dez fatos sobre a trajetória do modelo que você precisa saber. Confira!
Seu criador é um holandês – A Kombi foi idealizada na década de 40 por Ben Pon. A ideia do holandês era utilizar o conjunto mecânico do Fusca em um veículo leve de carga.
Mas modelo “nasceu” na Alemanha – A produção da Kombi começou no país europeu em 1950. Na época, a “Velha Senhora“ tinha a carroceria em monobloco e suspensão reforçada. E o motor traseiro, refrigerado a ar, tinha apenas 25 cv.
E se “naturalizou” brasileiro – Em 1957 foram fabricadas as primeiras unidades no Brasil, saídas da planta de Anchieta, em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Na época, o índice de nacionalização era de 50%, e a Kombi tinha motor de 1.200 cm³ de cilindrada.
Teve várias carrocerias – No início dos anos 60, chega ao mercado brasileiro uma versão de seis portas, nas configurações “luxo” e standart. A Kombi Pick-Up cabine simples surge em 1967. Só em 1981 o modelo ganha uma variante “estendida”, chamada de Kombi Pick-Up Standart Cabine Dupla, e uma configuração furgão.
Ganhou um dia de comemoração – No Brasil, entusiastas do modelo elegeram o dia 2 de setembro como o Dia Nacional da Kombi, estabelecido por iniciativa do Sampa Kombi Clube de São Paulo em conjunto com o Kombi Clube do Brasil. Na mesma data, em 1957, o utilitário começou a ser produzido na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo.
Foi equipada com motores de vários tipos – Quando foi lançada na Alemanha, em 1950, a Kombi tinha motor 1.2 de quatro cilindros com refrigeração a ar e 25 cv. No Brasil, o mesmo propulsor tinha 30 cv. Com o lançamento da configuração picape, em 1967, veio o 1.5 de 52 cv. Já em 1975, a Kombi recebeu motor 1.6l de 58 cv e, três anos mais tarde, a adoção da dupla carburação gerou 65 cv. A opção com motor 1.6 a diesel surgiu em 1981, refrigerado a água, e com 60 cv, oferecido apenas para as carrocerias picape e furgão. Um ano depois, em 1982, foi lançada a versão movida a etanol. O 1.6 tinha potência de 56 cv e coletor de admissão. Tempos depois, ao final de 2005, a Kombi ganhou motor 1.4 de quatro cilindros flexível. Na ocasião, a Volkswagen informou que o modelo havia se tornado até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico que o antecessor, ainda refrigerado a ar.
Saiu de cena em dezembro de 2013 – A última unidade da Kombi foi produzida em 2013. O governo decretou oficialmente o “funeral” da Kombi quando o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) recusou o pedido da Volkswagen e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para que a indústria continuasse a fabricar por mais dois anos o modelo sem incluir airbag e freio ABS. No País, desde janeiro de 2014, é exigido por lei que todos os carros fabricados a partir da data devem ser equipados com air bag e ABS. Além dos entusiastas, o fim da produção da Kombi deixou aproximadamente mil pessoas desempregadas.
Teve campanha premiada de “deslançamento” – A campanha “Últimos desejos da Kombi”, que marcou o fim da produção do veículo, recebeu sete prêmios no Festival de Cannes em 2014. Criados pela Volkswagen em parceria com a AlmapBBDO, os anúncios receberam dois Leões de Ouro na categoria Branded Content & Entertainment, que avalia a criação e a integração de conteúdos originais de uma marca. Outros cinco Leões de Bronze ficaram divididos nas seguintes categorias: dois na Direct (comunicação dirigida com o intuito de gerar respostas ou ações específicas, construindo e prolongando relacionamentos) e três em PR (Relações Públicas), Film e Cyber (comunicação online, digital e tecnológica). A campanha se tornou a mais premiada da Volkswagen do Brasil no festival de Cannes. Entre as ações da campanha de despedida da Kombi, um site reuniu histórias do público sobre o seu relacionamento com o veículo (foram recebidos mais de 300 relatos, que se tornaram um livro) e o lançamento da série especial Last Edition, com edição limitada a 1.200 exemplares numerados.
Último modelo produzido foi parar em museu na Alemanha – A última unidade da Kombi saiu de São Bernardo do Campo, em São Paulo, e foi parar no museu de veículos comerciais do Grupo Volkswagen, na cidade de Hannover, na Alemanha. A edição brasileira Last Edition foi escolhida justamente pelo fato de o Brasil ser o último país do mundo a encerrar a produção da “Velha Senhora”. O modelo que “repousa” no museu tem pintura especial em duas cores azul e branco no estilo “saia e blusa” como ficou conhecido pelo público. O interior conta com cortina nas janelas laterais e traseira e bancos com forração em vinil com faixas azuis e brancas. Nas portas o acabamento é azul. O motor é o 1.4 flexível com 78 cv quando abastecido com gasolina e 80 cv com etanol. O torque é de 12,5 mkgf e 12,7 mkgf, respectivamente. O câmbio é manual de quatro marchas e os pneus têm medida 185/80 R14.
Foi vendida em mais de 100 países – A trajetória internacional da Kombi brasileira se inicia com a história das exportações da Volkswagen do Brasil nos anos 70. Os principais mercados externos da Kombi foram Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai. Até dezembro de 2014, a fabricante exportou 94.334 unidades da Kombi, que foi produzida ainda no México e na Alemanha. (Atualizada às 14h30)