Nesta época do ano, com os dias mais secos, é comum tomar choques ao encostar na lataria do carro. Esse fenômeno natural ocorre por causa do atrito entre diferentes materiais, como as roupas usadas e o tecido do banco, por exemplo.
“Esse atrito faz com que a pessoa perca ou receba elétrons, ficando positivamente ou negativamente carregada. Ao encostar no veículo, há uma busca pelo equilíbrio, então o choque ocorre devido a essa descarga eletrostática”, afirma o diretor técnico da Associação de Engenharia Automotiva (AEA), Nilton Monteiro.
Tecidos naturais, como linho e algodão, não acumulam eletricidade estática. Porém, os períodos de estiagem ocorrem no inverno e os motoristas costumam usar roupas de lã ou sintéticas nessa época, como poliéster e acrílicos, que conduzem melhor a eletricidade. Bancos de couro também dificultam a formação da eletricidade eletrostática.
O problema em tomar esse tipo de choque é o susto, uma vez que não há danos para o corpo ou para o carro. Mas isso não significa que a descarga seja baixa. “A tensão dos ‘choquinhos’ chega a 3 mil volts. Mas a amperagem (intensidade da corrente elétrica) é baixa e por isso, não prejudicial” explica o físico Mauro Andreassa, membro da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).
SOLUÇÃO
Não há muito o que fazer para evitar que esse fenômeno aconteça. Especialistas dão apenas dicas simples, como segurar a porta do veículo com firmeza, usando a palma da mão, com superfície maior.
“A indústria automotiva tenta reduzir esse efeito misturando polímeros com materiais hidrofísicos, que acumulam água”, diz Andreassa.
MITO OU VERDADE?
O carro pode pegar fogo se esse choque gerar uma faísca ao abastecer? Segundo os especialistas, o risco existe, mas a ocorrência é rara. Ao pisar no chão, a pessoa já descarrega a eletricidade. Além disso, o carro tem proteções para evitar que isso ocorra.