Os amortecedores são umas das peças mais importantes do carro quando o assunto é a dinâmica de rodagem. Responsáveis pela absorção dos impactos e por fazerem a interseção com as suspensões, eles são itens fundamentais também no conforto a bordo e, principalmente, na segurança se o carro estiver em velocidades elevadas.
O tempo médio da revisão dos amortecedores é de 40 mil quilômetros. Não há uma quilometragem fechada para a troca, pois a substituição do item vai depender do tipo de uso, do pavimento em que o carro roda e alguns outros parâmetros. Mas se for a hora de colocar um amortecedor novo, o recomendado é que se troque os pares, não só um único que estiver com defeito, para que a suspensão continue equilibrada nos eixos.
Os amortecedores costumam dar um sinal claro de quando estão na hora de se aposentar. Uma maior oscilação da carroceria em linha reta é um deles. O componente é que trabalha indo e vindo para garantir a aderência do pneu com o solo e filtrar ao máximo o movimento de desnivelamento da pista que é transferido para os braços da suspensão. E, em efeito cascata, para a carroceria e corpo do motorista. Quando isso não acontece, o carro fica parecendo uma balsa em um rio caudaloso e o incômodo é grande.
Em curvas, esse mesmo comportamento pode comprometer também a segurança, já que os amortecedores não vão conseguir conter a rolagem da carroceria e vão prejudicar a tangência correta. “O amortecedor ruim vai ficar dando muito retorno e oscilação e pode fazer o motorista perder o controle”, afirma o especialista em segurança viária e manutenção veicular do Cesvi Brasil, Gerson Burin.
Ruídos metálicos e vazamento do óleo do amortecedor também são sinais de que o componente não vai bem. E outro problema que pode surgir com isso é o aumento da distância de frenagem, já que o pneu não estará sofrendo a pressão adequada do amortecedor e não dará a aderência desejada com o piso. “Até mesmo um capotamento em uma manobra brusca, como a do teste do alce, pode acontecer se o amortecedor estiver com defeito”, diz Burin.
Outra forma de ver se o componente está em boas condições de uso é com um equipamento chamado Shocktester, que avalia o funcionamento do sistema que está instalado no carro e o compara a um padrão novo. Mas é preciso também fazer outros testes no veículo, pois outras peças com defeito, como pneus, braços das suspensões, buchas, bandeijas (ou até mesmo o balanceamento equivocado das rodas) pode dar um falso positivo de que os amortecedores estão com problema. “A revisão periódica de todos os itens que formam as suspensões é a forma ideal de achar o foco do problema e não gastar dinheiro trocando peças que não estão com defeito”, analisa o diretor do Sindirepa, o sindicato das reparadoras, Pedro Luiz Scopino.
PREÇOS
Os preços dos amortecedores nas lojas especializadas podem partir, em média, de R$ 250 o par, para o Chevrolet Celta e Volkswagen Kombi, e chegar a até R$ 6.500 para um Hyundai Vera Cruz, por exemplo. Mas há ainda versões mais caras, de veículos importados de alto luxo, que são pedidos por encomenda e ultrapassam a cifra de R$ 10 mil.
Mesmo com o alto preço dos amortecedores para alguns automóveis, não é recomendado que se compre componentes recondicionados. O óleo recolocado na peça raramente terá a mesma especificação do original e há o desgaste natural das partes internas do amortecedor, por isso o recondicionado nunca terá a mesma eficiência de um novo original.