O segmento de veículos sustentáveis terá pelo menos dois reforços no Brasil em breve. Primeiro fruto da divisão dedicada a carros “verdes” da BMW, o alemão i3 começa a chegar às autorizadas em setembro. A marca iniciou campanha de pré-venda do hatch, cujas informações podem ser obtidas em algumas autorizadas listadas no site novobmwi.com.br. Já a Mitsubishi se prepara para trazer a versão híbrida do japonês Outlander.
A nova dupla vai se juntar a Ford Fusion, Toyota Prius, Lexus CT200h e BMW ActiveHybrid 3, todos importados e híbridos, vendidos no País. Há ainda o elétrico Nissan Leaf, disponível, por ora, apenas para frotas governamentais e programas de testes com taxistas.
Produtos. O i3 é movido exclusivamente a eletricidade e pode ser recarregado em tomadas de 110 e 220 V. Há um motor a gasolina, mas que funciona somente como gerador para realimentar as baterias. Neste caso, a autonomia pode chegar a 300 km. Com potência equivalente a 170 cv, o hatch acelera de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, de acordo com dados da BMW.
No Outlander, que virá antes do fim do ano, há quatro motores elétricos e um 2.0 a gasolina. Suas baterias também podem ser recarregadas em tomadas.
Outro sustentável, mas com foco voltado ao desempenho, o Porsche 918 Spyder acaba de chegar ao Brasil. Híbrido, tem potência equivalente a 890 cv, acelera de 0 a 100 km/h em 2,6 segundos e pode ser encomendado por cerca de R$ 4 milhões.
Mercado. Um dos entraves para o segmento de veículos “verdes” é o alto preço da tecnologia. Para comparação, a tabela de um Fusion híbrido parte de R$ 128.700, ante os R$ 98.700 da versão “comum” na qual se baseia. Já o i3 deverá custar entre R$ 190 mil e R$ 200 mil, segundo informações de concessionários da BMW. De mesmo porte, mas com motor 1.4 a gasolina, o Audi A1 tem preço sugerido a partir de R$ 79.900.
“O principal problema ainda é a tributação. No Brasil não há incentivos para a compra desse tipo de carro, como ocorre nos EUA, Europa e Japão”, diz o gerente-geral de assuntos governamentais da Toyota, Ricardo Bastos. Ele conta que, de janeiro do ano passado, quando chegou ao País, até agora, o Prius teve só 350 unidades vendidas.
De acordo com Bastos, as negociações entre montadoras e o governo para a criação de incentivos para o segmento continuam. “Há sinal positivo na esfera federal e esperamos que uma decisão saia ainda este ano, após o processo eleitoral.”
Em São Paulo, foi aprovado em maio o projeto de lei 276/2012, que prevê a concessão de desconto de 50% do IPVA para carros elétricos e híbridos emplacados na cidade. Além disso, esses veículos seriam liberados do rodízio municipal. Mas a Prefeitura ainda não providenciou o decreto que regulamenta a nova lei.