Na semana passada, o mercado brasileiro recebeu o novo SUV mais barato do Brasil. O Citroën Basalt prometeu e, de fato, chegou causando. O novato produzido em Porto Real (RJ) foi lançado por preços entre R$ 89.990 e R$ 107.390. Feito na plataforma CMP, o carro não tem visual discreto, afinal, adotou o estilo SUV-cupê, que divide opiniões. Mas, seja como for, deixa de ser apenas mais um na multidão. A ideia da marca é estar em meio às rodas de conversa sobre carros, afinal, quem não é visto não é lembrado – principalmente num segmento tão concorrido.
Apesar do estilo diferente, o Basalt tem características super parecidas outros modelos da Stellantis. As suspensões (independente McPherson na dianteira e eixo de torção, atrás), por exemplo, não são demasiadamente macias nem tão incômodas quanto à época de PSA. O conjunto tem nova geometria e calibração, e foi desenvolvido pensando no conforto. Na prática, é claro que dá umas batidas secas quando se trafega em trechos off-road. Mas, na cidade, ou mesmo na estrada, o conjunto tem ajuste bem feito e absorve os impactos com eficiência. Mesmo com o centro de gravidade mais alto, nada de inclinação de carroceria acima da média, em curvas.
A tecnologia embarcada não é tão vasta, afinal, estamos falando de um carro que custa em torno de R$ 100 mil. Ou seja, nada de itens como assistente de manutenção de faixa, freio de estacionamento por botão ou alerta de colisão, por exemplo. Nem mesmo os faróis são Full LEDs. Mas, a versão Shine Turbo 200, avaliada durante o lançamento, deixa o carro mais equipado. Nela, aliás, o valor pula para R$ 104.990.
O que oferece?
Oferece ar-condicionado digital, sensor de estacionamento traseiro, rodas de liga-leve de 16″ com acabamento diamantado, faróis de neblina e até bancos e volante com revestimento premium. Ainda assim, peca pelo excesso de plástico na cabine. Nem mesmo os apoios de braços das portas têm revestimento. Por outro lado, tem limitador e controlador de velocidade. Sem contar que o quadro de instrumentos digital e a central multimídia (tela de 10,25″) vêm desde a versão de entrada.
Motorização
Assim como em outros modelos da Stellantis, o Basalt tem a opção de vir com o motor Turbo 200 – a oferta não cabe apenas na versão de entrada Feel, que tem o 1.0 Firefly. Assim como nos demais primos e irmãos, o motor gera até 130 cv e 20,4 mkgf a breves 1.750 rpm (gasolina/etanol) no tanque, de 47 litros. Como disponível na prateleira, o propulsor sempre faz dupla com o câmbio CVT que simula sete marchas. O conjunto não tem vacilos e agrada bastante, também no Basalt. Tem modo “Sport”, por meio de tecla. Mas, na prática, a diferença é quase nula. Como deméritos, o isolamento acústico poderia melhorar. E o ruído do motor invade, sim, a cabine.
Parece pesado, mas não é
O carro tem fôlego. Até porque – mesmo não parecendo – pesa só 1.178 kg. Não é tão mais gordo que um Peugeot 208, de 1.157 kg, por exemplo. Em síntese, a diferença é de apenas 21 kg. Dá para atender à maioria dos motoristas urbanos do Brasil. E, os mais empolgados, certamente vão querer abusar um pouco do pedal da direita. E isso é totalmente aceitável. A marca não divulgou o 0 a 100 km/h do modelo.
Dados do Inmetro atestam consumo de 11,9 km/l (gasolina) e 8,3 km/l (etanol), na cidade, e de 13,7 km/l (gasolina) e 9,6 km/l (etanol), na estrada. Durante nosso teste, o computador de bordo marcava 10,4 km/l, em uso misto.
A posição de dirigir é mais alta. E dá para ajustar o banco do motorista em altura, por meio de alavanca. Rende boa visão. Até mesmo atrás, onde, vale ressaltar, os SUVs-cupês costumam ter visibilidade ruim.
Agora, por falar em ajustes, o volante é regulável em altura. Entretanto, não em profundidade. E não há amortecimento – poderia. Por outro lado, os assentos têm forração premium. Mas um dos principais destaques do Basalt é o espaço. Tem 2,64 metros de entre-eixos (demais medidas, na ficha técnica, abaixo). E, ao contrário do que se pensa, mesmo se tratando de um SUV-cupê, a queda do teto não compromete o espaço para a cabeça de quem senta atrás. E, no porta-malas, generosos 490 litros de capacidade.
PRÓS
Espaço do SUV-cupê não é comprometido nem mesmo para quem senta no banco de trás; motor turbo dá gás extra ao carro; porta-malas generoso leva até 490 litros
CONTRAS
Ruído do motor invade a cabine; há excesso de uso de plástico no interior; não há faróis de LEDs e nem volante com regulagem de profundidade
FICHA TÉCNICA
Citroën Basalt Shine Turbo 200
Motor: Turbo 200 (1.0 turboflex)
Potência: 125 cv (G) / 130 cv (E) a 5.750 rpm
Torque: 20,4 mkgf a 1.750 rpm (G/E)
Câmbio: CVT (simula 7 marchas)
Tanque de combustível: 47 litros
Tração: Dianteira
Suspensões: Independente do tipo McPherson (dianteira) e eido de torção (traseira)
Freios: Disco ventilado com pinça flutuante (dianteira) e tambor (traseira)
Comprimento: 4,34 m
Largura: 1,82 m
Altura: 1,59 m
Entre-eixos: 2,64 m
Altura do solo: 18 centímetros
Ângulo de entrada: 20,5 graus
Ângulo de saída: 28 graus
Porta-malas: 490 litros
Peso (ordem de marcha): 1.191 kg
Preço: R$ 104.990
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