Atualmente, sistemas de condução semi-autônoma são, além de um chamariz para valorizar determinado modelo, importantes ferramentas que auxiliam o ato de dirigir, tornando a tarefa mais segura. Entretanto, os sistemas ADAS, em especial o piloto automático, podem não ser tão seguros ou à prova de acidentes o quanto se pensa, segundo um estudo holandês publicado pela Transportation Research.
Assim, dados estatísticos de todo o mundo foram analisados pelos pesquisadores, relativos à capacidade de eficácia dos sistemas de auxílio a condução. Os resultados foram divididos segundo a capacidade de segurança e controle realizado pelo sistema avaliado, nos grupos abaixo:
- Sistemas de informação (baixos níveis de controle e urgência): como o monitoramento de pressão de pneus
- Sistemas de alerta (baixo controle, mas alta urgência): por exemplo, alerta de pontos cegos ou tráfego cruzado
- Sistemas intervenientes (alto controle e alta urgência): tal como a frenagem autônoma de emergência
- Sistemas que aumentam o conforto (tem alto controle, mas baixa urgência): por exemplo, controles de cruzeiro.
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Os sistemas de informação, como o monitoramento da pressão dos pneus, possuem baixo nível de controle e urgência. Seu impacto na redução de acidentes é pequeno, ao servirem somente para informar o motorista sobre as condições do veículo, sem interferir diretamente na direção.
Já os sistemas de alerta, como o detector de fadiga e distração (DMS), têm alta urgência, mas baixo controle. Estudos indicam que podem reduzir os riscos de acidente em até 14%, sendo um dos mais eficazes nessa categoria. No entanto, sua atuação não é ativa, diferentemente dos sistemas intervenientes.
Os sistemas intervenientes, como a frenagem autônoma de emergência (AEB), apresentam alto controle e urgência. A AEB pode diminuir o risco de acidentes em até 10,7%, mas o sistema mais eficiente nesse grupo é o assistente de permanência em faixa (LKA), que reduz os riscos em até 19,1%.
Piloto automático pode distrair mais ao volante, segundo estudo
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Em contrapartida, os sistemas que aumentam o conforto, como o piloto automático comum e adaptativo (CC e ACC), podem elevar os riscos de acidentes. A razão para tal declaração seria por conta de diminuir a necessidade de ação do motorista. Desta forma, esses sistemas podem aumentar a distração ao volante, por exemplo.
O piloto automático comum acabou identificado como o mais problemático entre os sistemas ADAS, elevando os riscos de acidente em até 12%. O piloto automático adaptativo, por sua vez, mostrou um aumento menor, de 1,8%, mas em uma base de dados específica, esse número chegou a 8%, contudo.
Por outro lado, a assistência inteligente de velocidade (ISA), que lê placas e impede ultrapassagens do limite permitido, pode reduzir os riscos em até 6,6%. Contudo, esse dado se baseia em projeções, pois ainda não há informações concretas sobre seu impacto no mundo real.
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