A Volkswagen reconheceu que apoiou a ditadura militar no Brasil em documento divulgado nesta quinta-feira, 14 de dezembro. Com base em depoimentos de ex-empregados à Comissão Nacional da Verdade em 2014, a empresa realizou um estudo para avaliar seu papel durante os anos do regime, entre 1964 e 1985.
A companhia conduziu uma pesquisa interna e contratou o historiador Christopher Kopper para examinar com independência e maior profundidade a relação da empresa com o poder da época. E o especialista concluiu que “houve cooperação entre indivíduos da segurança interna da Volkswagen do Brasil e o regime militar vigente”. Porém, segundo sua pesquisa, “não foram encontradas evidências claras de que a cooperação era institucionalizada na empresa”.
Kopper avaliou que a mudança corporativa e cultural ocorreu entre 1979 e o início da década de 1980. Em 1982, a empresa realizou a primeira eleição secreta para eleger um Conselho de Trabalhadores no Brasil. Durante o trabalho, em São Paulo, o Professor Kopper visitou arquivos governamentais brasileiros e entrevistou testemunhas da época. A pesquisa também se baseou em documentos do arquivo corporativo da Volkswagen AG em Wolfsburg, Alemanha, e do arquivo corporativo da Volkswagen do Brasil.
Continua depois do anúncioPara reforçar seu apoio aos direitos humanos, a Volkswagen fez uma placa em memória das vítimas da ditadura nas instalações da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo. “Com esta ação, a empresa reafirma seu compromisso com o Brasil e reforça seus valores a favor dos direitos humanos e da responsabilidade social”, afirmou o presidente e CEO da Volkswagen Região América do Sul e Brasil, Pablo Di Si.
A empresa também anunciou a parceria com o Centro Cultural Afro-Brasileiro Francisco Solano Trindade. O objetivo é ajudar a promover um projeto local para crianças e adolescentes, realizado pela organização internacional de direitos da criança Terre des Hommes.
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