Sexta-feira 13 é considerado por muita gente como um dia de azar, mas não pelos executivos da Geely. Foi essa a data escolhida pelo grupo chinês para inaugurar o CEVT, sigla de China Euro Vehicle Technology, centro de desenvolvimento conjunto para a marca e seu braço de luxo, a Volvo.
E o CEVT já nasce com uma missão importante: o desenvolvimento da C- Segment Modular Architecture (CMA), uma arquitetura modular para o segmento C, de modelos médios. Em outras palavras, sobre essa base serão feitas as novas gerações do Geely EC7, que chega ao Brasil em novembro, do Volvo V40 e do utilitário-esportivo XC60. Será o primeiro passo para ampliar a produção das duas marcas, prevista para 2020. E, por tabela, de produzir no Brasil.
“A arquitetura é modular, mas nós optamos por focar no segmento C para ganhar volume”, diz o conselheiro sênior da Geely e diretor das duas empresas, Carl-Peter Forster. Em 2012, a Geely produziu 483 mil carros e a Volvo, quase 422 mil. A meta do grupo é chegar a 2 milhões de unidades por ano.
Segundo o vice-presidente da Geely, Sun Xiadong, a nova arquitetura poderá ser usada também em modelos dos segmentos A (subcompactos, como o Fiat 500) e B (compactos, como o Volkswagen Gol), mas só depois que os médios estiverem consolidados. “Ainda queremos ver como as outras arquiteturas modulares serão utilizadas”, diz Forster, referindo-se à MQB, da Volkswagen, e à D2XX, da GM.
Evolução. Arquitetura é uma evolução do conceito de plataformas, nas quais considerava apenas a parte estrutural da carroceria. A nova denominação leva em conta outros aspectos, como sistemas elétricos, freios e suspensões.
“Economia de escala é o nome do jogo. Pode reparar: os carros hoje têm muito mais conteúdo, mas mantiveram seus preços. Isso só é possível com volumes maiores de produção”, afirma o chefe do CEVT, Mats Fägerhag.
Durante a apresentação do centro, o executivo sueco mostrou um esboço da nova plataforma. Ela poderá ter, em relação a modelos médios, os com entre-eixos entre 2,6 e 2,7 metros, diversas variações de dimensões.
Será capaz de dar origem a hatchbacks, sedãs, peruas e utilitários-esportivos. Respectivamente, aos sucessores de V40, S60, EC7, V60 e XC60, além de produtos inéditos.
Por causa de sua capacidade de ampliação, as futuras gerações do S80 e do XC90 poderiam ser construídas sobre a CMA, mas, para elas, está reservada a SPA (Scalable Product Architecture), mostrada durante o Salão de Frankfurt (Alemanha) no Volvo Coupé Concept. Essa base dará origem ao EC9, modelo mais luxuoso da Geely.
Para Forster, a CMA deve ser capaz de reduzir o peso dos veículos, com uma estrutura mais rígida, ter espaço para receber baterias maiores, podendo ser utilizada em versões híbridas ou mesmo elétricas, além de oferecer maior segurança.
O desenvolvimento da nova arquitetura ainda levará de três a quatro anos para ser concluído. Os primeiros filhotes da CMA são esperados para 2017.