Nícolas Borges
A Volvo define como “atrevido” seu mais recente lançamento, o S60. Não deixa de ser verdade, pois o modelo feito na Bélgica oferece ótima estabilidade em curvas, por exemplo. O preço a se pagar por isso vai além dos R$ 129,9 mil da tabela da versão avaliada por Autos, a intermediária T5. Não estamos falando de valores, mas da suspensão muito dura para encarar a buraqueira brasileira – algo incomum em um carro da marca sueca.
Isso acontece mesmo com o S60 desembarcando por aqui com o chassi Touring, menos firme que o Dynamic. Para piorar, a direção também é esportiva em excesso. Ela é rápida em velocidade, mas pesada para manobrar. Os largos pneus (235/45 R17) contribuem.
O desempenho, por sua vez, empolga. O motor é um quatro-cilindros turbo de 2 litros com 240 cv. Potência capaz de fazer o sedã atingir 250 km/h. Ir de 0 a 100 km/h leva 7,5 segundos. O câmbio é um eficiente automático sequencial de seis marchas.
Também não dá para reclamar do custo-benefício. O Volkswagen Passat é o único sedã europeu de luxo com desempenho próximo e tabela menor. São mais caras e menos potentes as versões equivalentes dos alemães Audi A4 (R$ 179,9 mil, 211 cv), BMW Série 3 (R$ 196 mil, 218 cv) e Mercedes-Benz Classe C (R$ 164,9 mil, 204 cv). O VW custa R$ 106.700 mas além de mais fraco (211 cv), tem lista de itens de série menos generosa.
A do Volvo inclui recursos como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e dois sistemas que até o freiam sozinho. Um reconhece pedestres (exclusivo do S60) e outro, a aproximação rápida do veículo à frente. Outro ponto alto é o desenho, com perfil lembrando o de um cupê. A contrapartida da beleza é o porta-malas de só 380 litros. Dentro, o destaque é o console central “flutuante”, típico da marca.