
A Volkswagen iniciará a fabricação de carros elétricos na América do Norte até o final da década. De acordo com o diretor da subsidiária americana, Heinrich Woebcken, a produção poderá ser feita na planta do Tennessee, nos Estados Unidos, ou no México, e englobará diversos modelos – o que não será um problema, já que a marca anunciou que serão 30 novos produtos elétricos nos próximos dez anos.
Dar ênfase aos motores elétricos foi o caminho que a VW encontrou para superar o escândalo das fraudes em seus motores a diesel e seguir em frente. Especula-se também que a marca pretende construir uma fábrica gigante de baterias, eliminando a necessidade de fornecedores externos dessas peças.
Por enquanto, o único carro elétrico que a alemã comercializa nos EUA é o Golf, que acumula queda de 9,4% em vendas neste ano, com 1.257 unidades emplacadas. Para efeito de comparação com outros veículos com motores desse tipo, no mesmo período a Nissan vendeu quase 5.800 exemplares do Leaf e a Chevrolet, cerca de 9.800 unidades do Volt.
Dieselgate. No mês passado, na tentativa de colocar fim ao litígio envolvendo as fraudes de testes de emissões de poluentes em seus motores a diesel, a VW alinhou um acordo com as agências reguladoras dos Estados Unidos. A marca pagaria uma compensação de US$ 10 mil para cada carro a diesel com o motor fraudado, o que poderia trazer aos seus cofres um custo de US$ 15 bilhões em indenizações, e ainda ressarciria os prejuízos de algumas concessionárias, que viram as vendas desabarem após o escândalo.
A União Europeia pode pressionar a empresa a fazer uma compensação similar aos donos de cerca de 8,5 milhões de carros a diesel afetados pelas fraudes na Europa.
Há algumas semanas, o ministério dos transportes alemão declarou que não multaria a VW e se limitaria a exigir que ela reparasse os veículos afetados. Depois disso, porém, uma entidade de defesa dos consumidores da Itália testou um Audi Q5 já submetido à “solução técnica” oferecida pela VW e constatou que o nível de emissão de óxido de nitrogênio estava ainda maior, em 25%. Isso reforçou a ideia de que os consumidores europeus também devem ser indenizados.