VW foi contra recall de air bag nos EUA

Empresa afirmou a orgãos de segurança que não era necesária a troca do componente de marca problemática

Por 15 de fev, 2016 · 4m de leitura.
Sistema da Takata tinha falha na produção que não foi reportada aos clientes

A Volkswagen está envolvida em uma nova polêmica nos Estados Unidos. Depois dos problemas com os motores a diesel programados para fraudar testes de emissões, agora surgiram documentos que mostram que a montadora resistiu a realizar a troca de air bags da Takata que equipavam modelos VW e Audi. A Takata vem sendo acusada de ter escondido por anos um defeito crônico na fabricação de seus air bags que, inclusive, já ocasionou a morte de 11 pessoas e feriu outras 139.

Enquanto o governo norte-americano fazia um esforço para que todos carros no país com o dispositivo fornecido pela Takata atendessem a um recall, a empresa alemã dizia que não era necessário a substituição. Segundo a companhia, os 850 mil carros envolvidos usavam air bags de uma fábrica em Freiberg, na Alemanha, enquanto os compostos defeituosos eram feitos em plantas nos Estados Unidos e México.


Em carta encaminhada a NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration), órgão responsável pela segurança viária dos EUA, a Volkswagen diz que o defeito das peças da Takata era causado por problemas no controle de umidade nas fábricas dos USA e México, enquanto a unidade alemã contava com o controle ideal de climatização.

Após isso, na última semana, a NHTSA forçou a VW e outras marcas, como a Ford, a fazer o recall após o insuflador do air bag de uma picape Ranger 2006 ter matado um homem de 52 anos em dezembro. Ficou provado que o tipo de insuflador utilizado pela VW é o mesmo que havia na Ranger.

O problema. Como na maioria dos air bags, o da Takata usa uma mistura química de nitrato de amônia para criar uma pequena explosão e inflar a bolsa. Contudo, esse composto pode se deteriorar quando exposto por muito tempo a altas temperaturas e umidade. Se isso ocorre, essa mistura pode explodir um reservatório de metal projetado para conter a explosão, lançando pedaços de metal contra os ocupantes.


A Volkswagen do Brasil afirmou que não irá comentar a situação por se tratar de um caso ligado apenas aos Estados Unidos.