Retoques no Mercedes (à esq.), mais esportivo, foram mais incisivos que os no careta Volkswagen
NÍCOLAS BORGES
Em português, o termo alemão Volkswagen significa carro do povo. Mas faz tempo que comparar um modelo da marca germânica com um compatriota da Mercedes-Benz deixou de ser heresia. E uma boa prova disso é que neste duelo de sedãs recentemente reestilizados, o Passat ganhou do C 180.
Preço e desempenho foram fundamentais. Para resumir, o VW tem motor 2.0 de 211 cv e parte de R$ 106.700, enquanto o Mercedes é impulsionado por um 1.8 de 156 cv e sua tabela começa em R$ 116.900. Os dois propulsores trazem injeção direta de gasolina e turbo.
Além de ter mais potência, o Passat vem com câmbio automatizado de duas embreagens com respostas mais rápidas no modo manual. Não que a caixa automática do Classe C seja ruim. Pelo contrário, pois ela é de sete velocidades. Mas não há aletas atrás do volante, como no rival.
Com tudo isso, o três-volumes da VW acelera e retoma velocidade com maior prontidão. Nele, ir de 0 a 100 km/h leva 7,6 segundos, ante 8,9s no concorrente. A diferença só não é maior devido ao ótimo torque do Mercedes, de 25,5 mkgf – só 3 mkgf a menos que no Passat. Por isso, o C 180 está bem longe de ser um carro lento.
O sedã que carrega a estrela de três pontas contra-ataca no comportamento dinâmico que agrada mais a quem gosta de conduzir esportivamente às vezes. Méritos da tração traseira e da direção hidráulica com assistência variável, que fica mais direta em certas situações. Até o pedal do acelerador, que exige esforço maior do pé, aumenta a sensação de esportividade.
Volante e parte central do painel são duas das novidades internas do Classe C (Fotos: Sérgio Castro/AE)
Por dentro, a reestilização do Classe C (foto acima) é bem perceptível, com a parte central do painel e o volante redesenhados. No Volks (abaixo), por sua vez, de novo só há bancos e o relógio analógico no centro do painel, que teve modificados alguns botões e a iluminação.
Passat mudou pouco por dentro. Painel pode ter navegador integrado (Foto: Ricardo Hirae/Divulgação)
Na carroceria, o Passat foi o que se transformou mais, na dianteira e traseira. Contudo, é o que causa menos impacto, pois os traços frontais lembram modelos mais simples da marca. Já as novas linhas dos faróis e para-choques (que incluem LEDs de condução diurna) do Mercedes deram ao sedã um aspecto mais agressivo.
