É legítima a preocupação de muitos cidadãos em terem seus dados pessoais acessados por hackers. Mas quando o vazamento tem origem em uma empresa de confiança, aí a coisa complica. De acordo com um relatório da Alemanha, o Grupo VW armazenava informações de mais de 800 mil carros elétricos em uma “nuvem” da empresa Amazon com baixo nível de proteção. Ou seja, uma porta digital aberta para qualquer pessoa com más intenções.
A brecha na segurança impacta modelos das marcas Audi, Volkswagen, Seat e Skoda. E não apenas na Alemanha, mas por toda a Europa e em outras partes do mundo. Entre os dados disponíveis estavam coordenadas do GPS, carga da bateria e se o carro estava ligado ou desligado, por exemplo. Mas esse nem é o maior problema. Alguém mais experiente na área de tecnologia poderia, inclusive, conectar os veículos com os dados pessoais de seus proprietários por meio dos serviços online da empresa.
Como a falha afeta os clientes da VW
Assim, dos 800 mil automóveis na conta, em 466 mil era possível acessar um perfil detalhado dos hábitos de cada usuário. E entre os donos dos veículos estão políticos, empresários, policiais e até funcionários de serviços de inteligência. O que aumenta ainda mais a gravidade do problema.
O erro teve origem na Cariad, uma empresa do Grupo VW especializada em softwares. Um anônimo se deu conta da situação após usar o programa gratuito e denunciou no maior site de hackers da Europa. Os integrantes avisaram os órgãos de segurança e deram 30 dias para que a Cariad e a VW resolvessem a questão antes de ir a público. A resposta veio rápido, com o bloqueio de qualquer pessoa não autorizada aos dados dos consumidores. A empresa, contudo, garantiu que nenhuma informação sensível – como senhas ou dados de pagamentos – foi exposta.
Entretanto, esta não foi a primeira vez que um incidente assim envolve uma grande montadora. Em 2023, a Toyota também enfrentou um grande vazamento de informações que afetaram 2,15 milhões de proprietários no Japão. A Tesla também já sofreu na mão de hackers. As fabricantes precisam agora pensar em como aumentar a privacidade de seus clientes, ou eles pensarão duas vezes antes de abraçar essas novas tecnologias de conectividade.
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