Líder absoluto de vendas no segmento de utilitários-esportivos médios, o brasileiro Jeep Compass não enxerga nenhum rival no ranking. Porém, a concorrência está se mexendo, e uma das novidades da categoria é a nova geração do Volkswagen Tiguan Allspace, importada do México.
Nesse comparativo, que envolve a versão de entrada do Tiguan, única com cinco lugares, e o Compass com motor flexível, o Volkswagen renovado levou a melhor. Ele traz mais espaço interno, porta-malas maior e desempenho superior ao do concorrente. Além disso, suas três primeiras revisões são gratuitas.
O Tiguan custa R$ 124.990. Já o Compass flexível começa em R$ 109.990. A opção intermediária, Longitude, vai a R$ 120.990, enquanto a de topo, Limited (como a das fotos desta reportagem), tem preço de R$ 139.990.
No comparativo, foi considerada a versão Longitude, por ser a mais próxima do Tiguan em preço. De série, VW e Jeep têm direção elétrica, controles de estabilidade e tração e sensores de pressão dos pneus e de obstáculos traseiro. A mais, o Tiguan oferece ar-condicionado de três zonas (duas no Jeep) e sensores de estacionamento na dianteira.
Já itens como câmera de ré, partida por botão e bancos de couro são vantagem do Compass, que tem apenas dois air bags, ante os seis do Tiguan. Porém, o Jeep pode receber mais cinco opcionalmente, totalizando sete bolsas.
O VW tem motor 1.4 turbo de até 150 cv e 25,5 mkgf. O do Jeep é um 2.0 aspirado de até 166 cv e 20,5 mkgf. Ambos são flexíveis. Nenhum dos dois modelos, que pesam cerca de 1,5 tonelada, apresenta desempenho fantástico. Por ter torque mais alto, entregue em rotação baixa (1.400 rpm), o Tiguan vai melhor em arrancadas e retomadas de velocidade.
O motor do Compass, que entrega seu torque máximo a 6.200 rpm, demora a responder mesmo quando o motorista pisa fundo no pedal do acelerador. Nessas situações, o propulsor “grita” muito. A transmissão do VW é automatizada e a do Jeep, automática. Ambas têm seis velocidades e trabalham bem.
A suspensão do Tiguan é mais firme, reduzindo a rolagem da carroceria sem maltratar os ocupantes. A do Compass, mais macia, vai bem em estradas de terra, mas deixa o carro menos estável em curvas.
Com 16 cm a mais de entre-eixos, o Tiguan leva melhor cinco ocupantes e tem porta-malas de 710 litros, 300 litros a mais que o do concorrente.
Compass ousa mais por fora e por dentro
No visual, o estilo mais bruto do Jeep encanta, com as sete barras na grade frontal. O Tiguan tem alguma personalidade, mas é um carro mais “sério” no visual. Por dentro, os dois são bem acabados, mas os materiais escolhidos para a cabine do Compass agradam mais. Nesse quesito, o Volkswagen também é mais conservador.
A favor do Tiguan, há a usabilidade. Os botões são mais delicados e confundem menos a visão. No Compass, os botões são enormes e espalhados. O painel do Tiguan é mais prático, com ponteiros para temperatura e combustível. No Jeep, ele é digital.
Os bancos do Tiguan são mais confortáveis, com laterais mais altas. Os do Jeep são mais duros, com pouco apoio lateral, e o assento não é anatômico. Ambos têm ajuste manual.
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OPINIÃO: Escolha entre visual e agilidade
O único opcional do VW é o teto panorâmico, a R$ 4 mil, o que eleva o preço em R$ 128.990. O Longitude pode saltar para R$ 135.050 com o teto, por R$ 7.490, e os dois pacotes com sete air bags, faróis de xenônio, sensor de chuva e sistema de som premium, entre outros.
O Tiguan me agrada mais porque desempenho superior é importante, mas as comodidades extras do Compass, como a câmera de ré e a partida por botão, também devem ser levadas em consideração. Se espaço for preponderante na decisão, o VW será o escolhido. Se mimos e visual ganharem o consumidor, o Jeep leva vantagem.
Causa incômodo no VW a ausência de câmera de ré e partida por botão. Para ter ótimo desempenho, parta para o Tiguan 2.0 ou o Compass a diesel.