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VW Tiguan Allspace encara o líder Jeep Compass
Comparativo

VW Tiguan Allspace encara o líder Jeep Compass

Versão de entrada do novo VW Tiguan desafia o Jeep Compass, número 1 do ranking de vendas de SUVs no País

José Antonio Leme

11 de jul, 2018 · 7 minutos de leitura.

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tiguan
CRÉDITO: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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Líder absoluto de vendas no segmento de utilitários-esportivos médios, o brasileiro Jeep Compass não enxerga nenhum rival no ranking. Porém, a concorrência está se mexendo, e uma das novidades da categoria é a nova geração do Volkswagen Tiguan Allspace, importada do México.

Nesse comparativo, que envolve a versão de entrada do Tiguan, única com cinco lugares, e o Compass com motor flexível, o Volkswagen renovado levou a melhor. Ele traz mais espaço interno, porta-malas maior e desempenho superior ao do concorrente. Além disso, suas três primeiras revisões são gratuitas.

O Tiguan custa R$ 124.990. Já o Compass flexível começa em R$ 109.990. A opção intermediária, Longitude, vai a R$ 120.990, enquanto a de topo, Limited (como a das fotos desta reportagem), tem preço de R$ 139.990.

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No comparativo, foi considerada a versão Longitude, por ser a mais próxima do Tiguan em preço. De série, VW e Jeep têm direção elétrica, controles de estabilidade e tração e sensores de pressão dos pneus e de obstáculos traseiro. A mais, o Tiguan oferece ar-condicionado de três zonas (duas no Jeep) e sensores de estacionamento na dianteira.

Já itens como câmera de ré, partida por botão e bancos de couro são vantagem do Compass, que tem apenas dois air bags, ante os seis do Tiguan. Porém, o Jeep pode receber mais cinco opcionalmente, totalizando sete bolsas.

O VW tem motor 1.4 turbo de até 150 cv e 25,5 mkgf. O do Jeep é um 2.0 aspirado de até 166 cv e 20,5 mkgf. Ambos são flexíveis. Nenhum dos dois modelos, que pesam cerca de 1,5 tonelada, apresenta desempenho fantástico. Por ter torque mais alto, entregue em rotação baixa (1.400 rpm), o Tiguan vai melhor em arrancadas e retomadas de velocidade.


O motor do Compass, que entrega seu torque máximo a 6.200 rpm, demora a responder mesmo quando o motorista pisa fundo no pedal do acelerador. Nessas situações, o propulsor “grita” muito. A transmissão do VW é automatizada e a do Jeep, automática. Ambas têm seis velocidades e trabalham bem.

A suspensão do Tiguan é mais firme, reduzindo a rolagem da carroceria sem maltratar os ocupantes. A do Compass, mais macia, vai bem em estradas de terra, mas deixa o carro menos estável em curvas.

Com 16 cm a mais de entre-eixos, o Tiguan leva melhor cinco ocupantes e tem porta-malas de 710 litros, 300 litros a mais que o do concorrente.


Compass ousa mais por fora e por dentro

No visual, o estilo mais bruto do Jeep encanta, com as sete barras na grade frontal. O Tiguan tem alguma personalidade, mas é um carro mais “sério” no visual. Por dentro, os dois são bem acabados, mas os materiais escolhidos para a cabine do Compass agradam mais. Nesse quesito, o Volkswagen também é mais conservador.

A favor do Tiguan, há a usabilidade. Os botões são mais delicados e confundem menos a visão. No Compass, os botões são enormes e espalhados. O painel do Tiguan é mais prático, com ponteiros para temperatura e combustível. No Jeep, ele é digital.


Os bancos do Tiguan são mais confortáveis, com laterais mais altas. Os do Jeep são mais duros, com pouco apoio lateral, e o assento não é anatômico. Ambos têm ajuste manual.

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OPINIÃO: Escolha entre visual e agilidade

O único opcional do VW é o teto panorâmico, a R$ 4 mil, o que eleva o preço em R$ 128.990. O Longitude pode saltar para R$ 135.050 com o teto, por R$ 7.490, e os dois pacotes com sete air bags, faróis de xenônio, sensor de chuva e sistema de som premium, entre outros.

O Tiguan me agrada mais porque desempenho superior é importante, mas as comodidades extras do Compass, como a câmera de ré e a partida por botão, também devem ser levadas em consideração. Se espaço for preponderante na decisão, o VW será o escolhido. Se mimos e visual ganharem o consumidor, o Jeep leva vantagem.


Causa incômodo no VW a ausência de câmera de ré e partida por botão. Para ter ótimo desempenho, parta para o Tiguan 2.0 ou o Compass a diesel.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”