O Yaris Sedan foi lançado há cerca de um mês, em um ano em que os sedãs compactos premium estão em evidência. No primeiro semestre, chegaram ao mercado Virtus e Cronos. Mas, além de brigar com o Fiat e o Volkswagen, o novo Toyota vem para reforçar a rivalidade de sua marca com a Honda em mais um segmento. Ele é concorrente direto do veterano City.
Aqui, Yaris Sedan e City se enfrentam nas versões intermediárias, com motor 1.5 flexível e câmbio CVT. Os brasileiros de família japonesa têm preços semelhantes, mas o Toyota leva vatagem. A opção XS custa R$ 78.490. O Honda EX sai por R$ 79.990 – a recém-lançada linha 2019 teve leve alta na tabela.
Em um duelo muito parelho, o novato ganhou por apenas dois pontos (veja tabela abaixo). Seu custo de seguro também é mais em conta. Além disso, graças ao assoalho plano, característica rara no segmento, ele acomoda um pouco melhor seus passageiros traseiros – mesmo com distância entre os eixos um pouco inferior.
Outra vantagem do Yaris Sedan está no acabamento. Tanto o Toyota quanto o Honda usam e abusam de plásticos duros, embora tenham peças bem encaixadas. A vantagem do novato está no uso mais abundante de imitação de cromados e alumínio, bem como nas molduras pretas nas portas e painel central. Com isso, a cabine fica mais bonita. Além disso, só ele traz bancos de couro (no veterano, são de tecido).
Veterano em dia
O City, mesmo com o peso da idade, também tem suas vantagens. Seu porta-malas é um pouco maior, e tem tampa que facilita a acomodação das bagagens. Ele também ganhou nota melhor em equipamentos. Isso porque sai de fábrica com rodas de 16” (15 polegadas no Yaris) e quatro air bags. O Toyota XS traz apenas as duas bolsas frontais obrigatórias. Para ter as laterais, para o joelho do motorista e do tipo cortina, o motorista tem de adquirir a versão mais cara do Toyota, XLS, que custa R$ 81.990.
Outra vantagem do City está no ajuste de profundidade do volante. O Yaris traz só o de altura. A função extra facilita, no modelo da Honda, a missão de encontrar a posição ideal de dirigir.
O Toyota contra-ataca com controles de estabilidade e tração, que o City não tem. Com isso, vai melhor no quesito estabilidade. Além disso, seu painel com tela de TFT é mais funcional e intuitivo.
Ambos têm ar-condicionado digital (apenas uma zona de temperatura), central multimídia (sem Android Auto e Apple CarPlay), câmera de ré e encosto de cabeça para todos os ocupantes.
Desempenho dos dois sedãs é bem equivalente
Na hora de rodar, também são muitas as semelhanças entre City e Yaris, que marcaram a mesma nota em desempenho. O motor do Honda rende até 116 cv, ante os 110 cv com etanol do Toyota. Só que o novato compensa essa diferença (seu torque também é inferior) com um câmbio mais eficiente.
Nenhum dos CVT deixa os modelos muito espertos. Eles têm uma tocada muito confortável, e sofrem nas retomadas com o pé fundo no pedal do acelerador. O do Yaris, porém, é um pouco mais rápido.
O ajuste da suspensão dos dois (independente McPherson na dianteira e por eixo de torção na traseira) privilegia o conforto, mas sem comprometer a estabilidade. O Toyota vai um pouco melhor nesse quesito graças aos controles de estabilidade e tração. Em ambos, as direções elétricas são diretas.
Também chama a atenção, no Yaris e no City, o revestimento acústico. Mesmo quando o motor é forçado, seu barulho não gera incômodo a quem está na cabine. Os freios traseiros a tambor incomodam – carros com esses preços deveriam ter discos atrás.
Os dois sedãs têm boa quantidade de porta-objetos, mas mereciam porta-copos mais profundos. A central multimídia do Honda é mais fácil de usar.
Opinião: Visual que faltava para o cliente aspiracional
O brasileiro sonha com a Toyota. Seis anos atrás, viu a possibilidade de realizar seu desejo de ter um carro da marca, que tem alta credibilidade no País, com o Etios. Porém, o consumidor também sonha com um carro bonito. E isso o veterano não é.
Então, veio o Yaris. Não dá para dizer que ele é um primor de formosura, muito menos ousado (tanto que tirou a mesma nota que o já cansado City no quesito estilo). Porém, o design não é controverso. Dificilmente alguém dirá que o dono do Yaris tem um carro feio.
O resultado veio rápido. O hatch foi o 20º carro mais vendido do País em agosto. E o sedã somou quase 2,5 mil respeitáveis emplacamentos.
Prós e contras
TOYOTA YARIS SEDAN XS
Prós: Cabine. Molduras pretas nas portas e painel e imitações de alumínio e cromados deixam o interior do Yaris mais bonito que o do Honda.
Contras: Porta-malas. Além de ser menor que o do City e o do ‘irmão’ Etios (que tem 560 l), nele a acomodação das bagagens é mais difícil.
HONDA CITY EX
Prós: Equipamentos. Além das rodas maiores, só o City traz ajuste de profundidade do volante e quatro air bags (ante os dois do concorrente).
Contras: Custos e ESP. Os controles de estabilidade e tração são ausências no Honda. Além disso, ele tem tabela mais alta e seguro mais caro.