Leandro Alvares
Foi durante uma viagem ao Rio de Janeiro, quando tinha apenas 10 anos, que o administrador de empresas Luis Mazini se apaixonou pela Alfa Romeo. O modelo que o conquistou foi o conversível italiano Spider Veloce.
“Ele era amarelo e estava com a capota aberta, tomando sol próximo à praia de Ipanema. Foi paixão à primeira vista e disse a mim mesmo: ‘um dia vou ter esse carro’”, lembra Mazini, 37 anos depois.
Quando atingiu a maioridade, ele foi à caça do modelo cobiçado e encontrou, com a ajuda de um amigo mecânico, o exemplar vermelho das fotos que ilustram esta página. Trata-se de um Spider Veloce 1974 com motor 2.0, câmbio manual de cinco marchas e tração traseira. “Ele estava do jeito que eu queria: inteirinho e pronto para rodar. Contei minhas economias e disse ao Manolo (mecânico) que o carro seria meu.”
Mas uma notícia de sua mulher o fez abandonar os planos. “Ela disse que estava grávida. Com a chegada de minha segunda filha, adiei a concretização do sonho.”
Em 2000, Mazini retomou a caça ao Alfa. Acabou comprando um 145 de 1998 e pouco tempo depois, um Spider 1996. “Um dia, quando já estava desistindo de encontrar o Veloce, em 2008, o telefone tocou. Um amigo havia encontrado o carro dos meus sonhos.”
Quando viu a máquina italiana ele se espantou. Era o mesmo Spider que deixara de comprar por causa da filha. “Ele estava em uma garagem, encostado. Finalmente levei-o para casa. Só precisei lavá-lo, regulei os freios e o carburador, troquei os fluidos e pronto.”
Desde então, o Alfa se tornou o brinquedo predileto de Mazini. “Faço vários passeios com ele, de capota aberta e sempre com um sorriso no rosto. Na rua, todo mundo o admira. Alguns acham que é um Puma, mas eu não ligo”, diz, rindo.
Segundo o administrador, o fato de o Spider ser duro, com direção sem assistência e embreagem pesada, é uma vantagem. “Assim minhas filhas e mulher nem pensam em guiá-lo. E eu agradeço”, brinca.
FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE