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Belisa Frangione
Fotos: Marcio Fernandes/Estadão
Se o Volkswagen Fusca 1970 desta reportagem falasse, ele seria cheio de histórias para contar e dono de um apuradíssimo gosto musical. O ‘besouro’ verde-folha pertenceu ao compositor de música erudita Osvaldo Lacerda, seu primeiro proprietário. Era com ele que o músico viajava tanto a lazer quanto para apresentações. Não raro, a bordo do veículo vinham de carona grandes artistas como o compositor e regente Mozart Camargo Guarnieri.
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Lacerda morreu em 2011, aos 84 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Poucos meses antes, enquanto cuidava de uma artrose, viu no Fusca o maior incentivo para prosseguir com o tratamento.
“A motivação dele em começar a fisioterapia foi saber que, se tratando, poderia voltar a dirigir o carro que ele tanto amava”, conta sua esposa, a pianista Eudóxia de Barros. Animado, o compositor teve a iniciativa de restaurar o sedãzinho, processo concluído em 2012.
A reforma incluiu pintura, funilaria, estofamento e retífica do motor de 1.300 cm3. Tudo para deixar o automóvel ainda mais impecável e funcionando como um zero-km. Ao dar a partida e engatar a primeira das quatro marchas do câmbio manual, o Fusca pega de primeira.
Eudóxia mantém o carro em bom estado, mas conta que tem receio de sair com ele por aí. Um dos motivos é justamente o quanto ele é preservado. “Fico com medo de estragar alguma peça ou mesmo a pintura. É um carro atraente e visado.”
Outra razão é a intenção de vendê-lo. Como tem só uma vaga na garagem, seu carro do dia a dia fica na rua, enquanto ela aguarda um comprador. “Pode ser a oportunidade de ter um veículo com um valor sentimental maior que o financeiro.”