Belisa Frangione
Há cerca de 30 anos, um amigo do arquiteto William Halberstadt estava de mudança para os EUA e não sabia o que fazer com o Jaguar C-Type 1951 que tinha na garagem. Mas o conversível feito para as pistas, que era utilizado apenas em momentos de lazer, já havia chamado a atenção de Halberstadt. “Como eu já gostava dele, resolvi comprar. Fiz apenas uma revisão na parte mecânica.”
Mesmo não usando o carro no dia a dia, o arquiteto toma uma série de cuidados para manter o modelo inglês impecável e sempre pronto para participar de competições. Um deles é ligar o motor a cada duas semanas. O outro, é abastecer o conversível apenas com gasolina de aviação, que ele garante ser menos danosa aos componentes. “Ela não torna o Jaguar mais potente, porém, agride menos os carburadores por causa de sua composição química.”
Mecânica. O C-Type tem carroceria de alumínio, chassi tubular e motor 3.4 de 220 cv. Em conjunto com o câmbio manual de quatro marchas, o seis-cilindros alimentado por três carburadores Weber 45 pode levar o carro a 250 km/h. Para segurar seu ímpeto, há freios a disco nas quatro rodas.
Halberstadt participou das edições 2011 e 2013 do rali 1000 Milhas Históricas. Ele garante que o carro aguenta bem os quatro dias de competição. “O único problema é a chuva. Ele não tem capota, nem janelas. Se chover, o único jeito é usar capa e capacete.”
O Jaguar C-Type, também conhecido por XK 120C, foi produzido de 1951 a 1953. William Lyons, o diretor da marca, recebeu a sugestão de produzir um veículo voltado exclusivamente a corridas.
A letra C do nome significa competition (competição) atividade para o qual o modelo era destinado. o C-Type venceu a tradicional 24 Horas de Le Mans (França) por duas vezes. Em 1951, com Peter Walker e Peter Whitehead, e em 1953, quando conquistou primeiro, segundo e quarto lugares, após os engenheiros da Jaguar, em parceria com a Dunlop, criaram o travão de disco, peça que fazia o carro desacelerar, mas suas rodas só travavam depois das dos concorrentes.
A produção do conversível de dois lugares foi limitada a 53 unidades. No final da década de 50, o C-Type deu lugar ao D-Type nas pistas.