O ditado “filho de peixe, peixinho é” poderia ter sido inspirado na vida do estudante Edmon Lopes e de seu pai, Mário Augusto. O advogado é fã de carros e velocidade desde a infância – aos 13 anos, chegou a cair em um rio pilotando uma moto. Seguindo seus passos, o filho já frequentava eventos automotivos aos 6 anos de idade e, uma década mais tarde, “mexe” nos carros da família, como o Chevrolet Chevelle SS 1973 das fotos desta reportagem.
Enquanto aguarda a chegada da maioridade, Edmon garante que não guia o cupê na rua. Mas conta que já o experimentou em um condomínio e ficou encantado. “É excelente para dirigir. O volante tem uma certa folga, mas você se acostuma. E o ronco do motor é uma maravilha. Nem faço questão de ligar o som. A música é inútil em um carrão desses”, derrete-se.
Mário, que chegou a ter 15 carros antigos ao mesmo tempo e foi dono de outros dois Chevelle, diz que encontrou o Chevrolet norte-americano em 2011, em uma oficina. O carro estava encostado, mas em bom estado e com o estofamento intacto.
Após comprar o cupê, o advogado o reformou. Entre as atualizações, o carro recebeu um “kit de performance” que, segundo o advogado, acrescentou 90 cv de potência ao motor V8.
O retrabalho do 350 Quadrijet foi acompanhado de perto por Edmon. “Ainda não tenho a mesma noção que meu pai, mas estou aprendendo, e hoje a gente discute como um carro pode ser melhorado e do que está precisando”, diz o estudante, que pensa em cursar engenharia.
Com cerca de 70 mil km rodados, o Chevelle tem alguns detalhes curiosos, como os bancos dianteiros que, acionados por uma alavanca, giram em direção às portas. A solução facilita o desembarque e também o acesso à traseira da cabine. As placas pretas atestam que a restauração preservou a originalidade do modelo.
O pai já prometeu: quando completar 18 anos, Edmon herdará um Ford Mustang 1970 e um Plymouth Barracuda 1974, carros que fazem parte do acervo de Mário e que o rapaz conhece desde a infância. Mas o estudante está de olho é no Chevelle e conta os dias para poder curtir o carrão. Tanto é que não deixou o advogado ajustar o ronco do motor. “Ele achou que estava muito alto, mas pedi para ele deixar assim, que está legal.”
Ele sonha em passar uma temporada nos EUA. E o motivo não poderia ser outro: estar perto dos carros de que tanto gosta. “Nada como estar no paraíso dos ‘muscle cars’”, diz.
Longevo. O Chevrolet Chevelle foi produzido pela General Motors norte-americana entre 1964 e 1977. Em suas quatro gerações, o modelo teve versões cupê, sedã, perua e conversível, além de servir de base para a picape El Camino.