Thiago Lasco

15/07/2018 - 8 minutos de leitura. Atualizado: 16/07/2018 | 11:15

Chevrolet Chevy, o ‘muscle car’ argentino

Exemplar 1969 do Chevrolet Chevy feito na Argentina faz parte do acervo do administrador João Rodolfo Linares

Chevrolet Chevy 1969 Crédito: Fotos: Felipe Rau/Estadão

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O Chevrolet Chevy de 1969 do administrador João Rodolfo Linares foi o que se pode chamar de negócio de ocasião. Apaixonado por carros desde a infância vivida entre exemplares de DKW, ele recebeu em 2004 o telefonema de um amigo, avisando da oportunidade: “Tem um carro aqui que é a sua cara, venha logo ver!”

O proprietário anterior precisava vender o carro com urgência e veio rodando de Santa Catarina a São Paulo para oferecê-lo ao amigo de Linares. Ele não quis o sedã e colocou o administrador no circuito.

“Eu estava ocupado naquele dia. Então enviei meu pai, que foi quem me ensinou a gostar de antigos”, lembra Linares. “Quando ele abriu a porta do Chevy e viu o acabamento original intacto, fechou negócio na hora.

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Afinal, um carro daquela idade com a tapeçaria naquele estado não poderia ter sido maltratado”, afirma.

Adquirir mais um antigo não estava nos planos de Linares, mas foi impossível resistir ao Chevrolet, que tinha a estrutura totalmente íntegra e a originalidade preservada nos mínimos detalhes – até o rádio AM funcionava bem. Mesmo assim, sempre há algo a melhorar.

“A carroceria tinha um tom branco mais vivo que o original, claro demais para os padrões da época. Descobri que a opção disponível na safra dele era idêntica ao Branco Everest que a GM ofereceu na linha Opala. Então resolvi repintá-lo nesse tom.”


O Chevrolet Chevy foi desmontado com cuidado por um especialista e teve toda a sua superfície da carroceria lixada, para receber a tinta nova. Soleiras de alumínio e cromados foram polidos e revitalizados. Uma revisão completa foi feita no motor, suspensão e freios, sem, contudo, alterar suas características originais.

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Parentesco do Chevrolet Chevy com o Opala

O Chevrolet Chevy tem o mesmo motor 4.1 de seis cilindros que, na linha Opala, ficou conhecido como 250-S. Isso significa facilidade de reparo, embora algumas peças não compartilhadas sejam difíceis de achar. “Não consigo encontrar um jogo de juntas para o carburador dele”, lamenta o dono.

Linares afirma que, por falta de tempo, só tira o Chevrolet Chevy da garagem duas ou três vezes ao mês. Mas, segundo ele, isso é suficiente para manter a saúde do Chevy em dia.
“Organizo um passeio rodoviário de antigos e vou sempre com ele. É um carro muito confiável. Não superaquece, não dá sinais de fadiga e segue numa boa o fluxo da rodovia”, garante o administrador.


Ele afirma que dirigir o sedã exige alguma destreza. “Como a direção é desmultiplicada, é preciso girar muito o volante para fazer as conversões. De um batente a outro, são cinco voltas e meia”, diz Linares. Mas há compensações, como o conforto para até cinco pessoas. “Ele é macio como um Ford Galaxie. Os bancos parecem sofás.”

Nas ruas, o carro atrai fãs e curiosos por onde passa. À primeira vista, muitos confundem o Chevrolet Chevy com o Opala, já que a dianteira é parecida com a que o Chevrolet brasileiro teve até 1974.

“Mas o perfil do Chevrolet Chevy é bem diferente. Seu porte está mais para o de um Dodge”, compara Linares.


Muscle car argentino

O Chevrolet Chevy II surgiu em 1962 nos Estados Unidos, onde teve cinco gerações e era considerado um modelo compacto. Na terceira delas, que estreou em 1968, o Chevrolet foi rebatizado de Nova.

Em 1969, a General Motors começou a produzir o Nova também na Argentina, com o nome de Chevy. No país vizinho, sua missão era brigar com os bem-sucedidos Ford Falcon e Renault Torino.

Havia motores de 3,8 e 4,1 litros e, inicialmente, uma única versão de carroceria, com quatro portas. A opção cupê de duas portas, com o típico porte parrudo de “muscle car”, surgiu em 1971.


“Mais simples que o Nova norte-americano, o Chevrolet Chevy argentino não conta com comodidades como ar-condicionado, direção com assistência hidráulica e câmbio automático. No meu carro, a transmissão, de três velocidades, tem alavanca na coluna de direção e o freio usa tambor nas quatro rodas”, compara o administrador João Rodolfo Linares.

Enquanto o Nova americano recebeu aperfeiçoamentos em segurança e emissões até a chegada da quarta geração, em 1975, o Chevy argentino manteve as características de 1968 por toda a sua carreira – que terminou em 1978, quando a GM encerrou suas atividades na Argentina (a marca só voltaria a produzir naquele país em 1997).

Mesmo após ter saído de linha, o Chevrolet Chevy continua sendo cultuado pelos argentino. Eles nutrem por ele uma adoração semelhante à que o Opala tem no Brasil.


O modelo é um dos protagonistas da Turismo Carretera, a prova de velocidade mais importante do automobilismo argentino, criada em 1937. Ali, o Chevrolet mantém viva a rivalidade com seu principal adversário, o Ford Falcon.

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