O que faz o Mercedes-Benz Museum um dos mais interessantes museus automotivos do mundo é a invenção do automóvel. Localizado em Stuttgart, na Alemanha, ao lado da sede da montadora, ele tem veículos criados desde o século XIX.
Entre eles, está o Benz Patent-Motorwagen, de 1896. Ele é considerado o primeiro carro do mundo. O exemplar exposto, no entanto, é uma réplica. O original está no Museu da Tecnologia, em Munique, também na Alemanha.
No prédio moderno, inaugurado em 2006 – antes, o museu ocupava outra construção -, há nove andares, sete deles ocupados pela exposição de 160 carros. A visita, que leva cerca de duas horas, começa pelo último piso, com o tema “A Invenção do automóvel”.
Nesta seção, além da exposição da réplica do Patent, há veículos e objetos que contam a história dos fundadores das empresas que deram origem à montadora, Karl Benz e Gottlieb Daimler.
A segunda parte, no nível inferior, se dedica ao nascimento da marca Mercedes-Benz. Nascido na Alemanha e radicado na Áustria, o diplomata milionário e entusiasta de corridas de carros Emil Jellinek se associa à Daimler para produzir automóveis. Os modelos da empresa passam a receber o nome da filha do novo sócio, Mercedes.
A Mercedes surge em 1902. No museu, está exposto o mais antigo exemplar remanescente da marca, um Simplex 40 HP 1902. A montadora e a Benz só viriam a se fundir nos anos 20, no pós-guerra, criando a Mercedes-Benz.
Outra exposição de destaque é a “Forma e Diversidade”, que mostra exemplares da gama dos anos 50 que são verdadeiras lendas da Mercedes-Benz, a 300 SL. Há um cupê “asas de gaivota” de 1955, estimado em 2 milhões de euros (cerca de R$ 7 milhões).
Na mesma seção, há o carro mais caro do museu. De acordo com a Mercedes-Benz, seu valor é estimado entre 40 milhões e 60 milhões de euros (R$ 140 milhões e R$ 210 milhões), respectivamente. Trata-se do cupê 300 SLR.
Carros que brilharam em filmes e pertenceram a grandes celebridades, como a Princesa Diana, também têm uma seção exclusiva, bem como o mundo da competição, que traz modelos da Fórmula 1, Indy e as famosas “Flechas de Prata”. Até o dia 15 de novembro, há uma exibição especial dedicada ao protótipo revolucionário C 111.
O museu fica aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 15h. Os ingressos custam 8 euros (R$ 28, aproximadamente). Mais informações podem ser obtidas por meio do site do museu (https://www.mercedes-benz.com/en/mercedes-benz/classic/museum/).
DESTAQUES
BENZ PATENT-MOTORWAGEN 1886
Foi o primeiro carro a trazer um motor a gasolina e é considerado o automóvel pioneiro no mundo. Formado por chassi e propulsor. Tinha três rodas, já que Karl Benz, seu criador, não estava satisfeito com os sistemas de quatro rodas da época. O exemplar é uma réplica. O original está no Museu de Tecnologia de Munique.
BENZ VICTORIA 1893
Foi o primeiro modelo de quatro rodas criado por Karl Benz. Inovou ao trazer um sistema de direção que o permitia converter curvas com eficiência. Com motor de 5 cv, era capaz de atingir 18 km/h.
MERCEDES SIMPLEX 1902
O exemplar, em posição de honra do museu, é o mais antigo Mercedes de que se tem notícia. Ele atingia 80 km/h com seu motor de 40 cv.
MERCEDES SIMPLEX REISELIMOUSINE 1904
Com 60 cv, este luxuoso modelo, considerado o precursor do Classe S, chegava a 80 km/h de velocidade máxima. A qualidade dos materiais do interior não fica devendo à de nenhum Bentley atual. O exemplar à mostra pertenceu a Emil Jellinek, o criador do nome da marca Mercedes.
MERCEDES-BENZ TYPE S TOURENWAGEN 1928
Desenhado para participar de corridas, foi o primeiro da marca a trazer o nome “S” para designar o modelo topo de linha. Era capaz de ir até a velocidade máxima de 160 km/h. Seu motor tinha 180 cv.
MERCEDES-BENZ 260D PULLMAN-LIMOUSINE 1938
Trata-se do primeiro carro equipado com motor a diesel produzido em larga escala. Luxuoso, entregava 45 cv e atingia 95 km/h de velocidade máxima. Foi considerado um ótimo carro para se viajar longas distâncias e também muito usado como táxi.
MERCEDES-BENZ 300 SL 1955
O “asas de gaivota”, feito para as pistas, é um dos carros mais lendários da história da marca alemã. Foi apresentado em 1954 e tinha motor de 215 cv, capaz de levá-lo à velocidade máxima de 250 km/h. Ficou conhecido como “Gullwing”.
MERCEDES-BENZ 300 SLR 1955
Foram produzidos apenas dois exemplares desse supercarro; os dois permanecem sob a posse da montadora. É o carro com valor estimado mais alto em exposição no museu. O preço avaliado pela montadora chega a 60 milhões de euros, ou R$ 210 milhões. Tinha 302 cv e atingia 290 km/h. Foi feito para as pistas, as nunca chegou a ser usado em uma competição.
MERCEDES-BENZ 220S 1964
Considerado o carro mais seguro da época, ele inovava ao trazer carroceria deformável, com sistema de absorção de impactos. Produzido de 1959 a 1965, ele registrava velocidade máxima de 165 km/h, com motor de 110 cv.
MERCEDES-BENZ 500 SL 1991
Ao se tornar integrante da monarquia, Diana Spencer, a Ladi Di, realizou seu sonho de ter um Mercedes-Benz. Contudo, ela ficou apenas nove meses com o carro, pois os membros da família real britânica só podem ter veículos de marcas inglesas. O modelo foi devolvido à Mercedes pela princesa de Gales; a marca preserva com orgulho os arranhões feitos na porta pela própria Diana, ao volante.
MERCEDES-BENZ 230G ‘PAPAMÓVEL’ 1980
Para os adoradores de João Paulo II, um dos papas mais adorados da história, este modelo tem valor inestimável. Na seção traseira, ocupando o posto de “trono” do sumo pontífice, foi instalada uma cadeira de dentista, pela flexibilidade. Foi feito para a visita do Papa à Alemanha, em 1980, e depois acompanhou João Paulo II em diversas viagens. Foi a bordo do 230G que ele sofreu uma tentativa de assassinato em maio de 1981.
MERCEDES-BENZ ML 320 1997
Este customizado ML foi usado em uma das maiores franquias de aventura do cinema, “Jurrasic Park – O Mundo Perdido”, a sequência de “O Parque dos Dinossauros”. No longa, este Mercedes produzido nos EUA resgatava os heróis de um ataque de dinossauros vorazes. Esta geração do ML foi feita de 1997 a 2002.
MERCEDES-BENZ RENNWAGEN W25 1934
Os modelos que ficaram conhecidos como “Flechas de Prata” são os destaques da exposição de carros de competição do museu. Este exemplar foi considerado o primeiro a receber tal denominação, cuja tradução em inglês é “Silver Arrow”. Sua primeira corrida foi no circuito de Nurburgring, na Alemanha. Uma curiosidade: originalmente, ele era branco. A cor prata veio junto com os diversos tratamentos para torná-lo mais leve.