Colecionar significa juntar, acumular. O empresário Marcelo Silva é um colecionador de carros no melhor sentido da palavra. Tudo começou porque ele não deixava o pai se desfazer dos carros da família. O resultado é que o acervo já soma 36 modelos, como um belo (e raro) Fiat 147 Rallye 1980.
“Quando eu era moleque, o 147 e o Fusca eram os carros que os pais davam de presente para os filhos. O Fiat fez parte da minha história”, conta Silva. “Comprei esse 1980 há oito anos por R$ 5 mil. Ele foi totalmente desmontado e repintado por dentro e por fora. Só ficou pronto em 2011.”
Todas as peças que não estavam boas foram trocadas. Os bancos, do Palio, e o motor. 1.5 do Uno CS são os únicos componentes que não são originais do 147. “Removi os encostos de cabeça e troquei o estofamento por um tecido que recria o padrão de ‘gominhos’ que se usava naquela época.”
O reluzente Rallye rodou apenas 800 km desde que foi remontado. “Saio com ele uma ou duas vezes por mês. De vez em quando, deixo de viajar com outros carros para ‘amaciá-lo’ na estrada”, conta o dono. “Na cidade, não dá pra estacioná-lo na rua. É muito arriscado.”
INOVADOR
Derivado do italiano Fiat 127, o 147 foi lançado no Brasil em 1976. Primeiro carro fabricado pela Fiat no País, o hatch era oferecido em duas versões de acabamento – L e GL -, com motor de 1.050 cm³ instalado na transversal, solução até então inédita em modelos nacionais. Dois anos depois, o carro ganhou propulsor 1.3 de 60 cv.
Em 1979, o lançamento do motor a álcool, pioneiro no mundo, rendeu ao 147 o apelido de “cachacinha”. Em 1980 veio a dianteira igual à do modelo italiano (a chamada “frente Europa”) e a opção GLS. E surgiu a Panorama, perua da linha.
Nova reestilização veio em 1983 para o hatch, rebatizado de Spazio, e para a Panorama. A eles, somou-se o sedã Oggi, de duas portas. A versão de entrada, 147 C, manteve o visual do modelo anterior.
Com o lançamento do Uno, em 1984, a família 147 perdeu espaço. No ano seguinte, o Oggi deu lugar ao Prêmio e a Panorama foi sucedida pela Elba.
O 147 C se despediu em 1986. Na versão derradeira, finalmente ganhou a “cara” do Spazio.