
MARCELO FENERICH
Foi por causa de uma discussão entre amigos que o engenheiro mecânico Wladimir Dias resolveu comprar uma Ford F100 1979 para usá-la no dia a dia. “Eles diziam que carro antigo só é bom para rodar nos fins de semana. Eu apenas quis provar que todos estavam errados. E consegui.”
No início de 2010, Dias comprou a picape por R$ 25 mil e começou a reformá-la para que ficasse confortável e chamativa. “Como sempre fui fã de hot-rods, quis fazer um carro com estilo parecido com esse, que os americanos gostam. A ideia era ter um veículo sem frescuras.”
O engenheiro afirma que investiu mais de R$ 50 mil e um ano de trabalho para que a picape ficasse com visual de um modelo uma década mais velho. “Minha mulher não pode saber disso de jeito nenhum”, brinca.
Entre as alterações, o utilitário ganhou carburador de duplo corpo e novo coletor de admissão. O câmbio de quatro velocidades com alavanca recuada veio do Maverick.
O escapamento com tubos de 2,5” e abafador foi feito para produzir um som “metálico” e destacar o ronco do motor. Trata-se de um quatro-cilindros de 2,3 litros a gasolina.
A direção hidráulica é Mustang, o volante de alumínio tem 15” e as portas ganharam travas e vidros elétricos. Ainda no interior, os bancos individuais com regulagem de altura, o console central e as portas foram revestidos de couro claro. “Também mandei instalar rodas de 15” com pneus 245/60 na frente e 275/60 na traseira.”
Dias afirma que pesquisou muito sobre acessórios de época antes de optar pelos itens que colocaria na picape. “A grade dianteira, por exemplo, é do fim da década de 1960.”
Todas as peças cromadas foram pintadas de preto e o para-choque agora é grafite, cor da grade. “Na suspensão, não troquei nem cortei as molas ou amortecedores, apenas rebaixei.” O objetivo é manter o utilitário estável, sem que pule muito em piso irregular.
Dias conta que costuma ser abordado por curiosos quando está a bordo da F100. Por onde eu passo com ela muita gente fica olhando. Alguns vêm perguntar sobre as alterações.
Ele diz que é comum perguntarem se o utilitário está à venda. “Isso é tão chato que quando saio com a minha esposa, ela pede para irmos com o carro dela. Mas prefiro a picape assim.”