THIAGO LASCO
Um companheiro que topa todas e nunca lhe deixa na mão. Se a ideia é cair na estrada e atravessar um país do tamanho dos EUA, é preciso ter um carro valente. O jovem Neal, protagonista de Na Estrada (filme dirigido por Walter Salles que está em cartaz na capital), escolheu um Hudson Commodore 1949.
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Espaçoso, o carrão acomodava até seis pessoas, o que veio a calhar para as várias caronas que Neal e seus parceiros de viagem Sal e Marylou vão enumerando ao longo de uma jornada com sexo, drogas e jazz entre Nova York e a Califórnia.
O carro tem mais de 1,5 tonelada, mas o motor de 111 cv deu conta do recado. No filme, o grupo chegou a ser multado por excesso de velocidade.
Não é a primeira vez que um Hudson dá as caras no cinema. Recentemente, na animação Carros, dos estúdios Pixar, um modelo Hornet 1951 serviu de base para o personagem Doc Hudson, um ex-carro de corrida que virou mentor do herói Relâmpago McQueen.
Inovações
A Hudson agregou novidades importantes à indústria automobilística mundial. Fundada em 1909 em Detroit (EUA), foi uma das primeiras montadoras a incorporar partida elétrica, freios com reservatório duplo e banco do motorista do lado esquerdo.
A linha Super Six, de 1948, trouxe uma construção inovadora, a “avó” do monobloco. Para conferir estabilidade, as longarinas foram deslocadas para as laterais, abraçando a cabine.
O assoalho foi rebaixado. Com isso as pessoas não subiam, mas “desciam” para entrar.
Em 1951, a marca apresentou o Hornet. Com motor seis-cilindros, carburação dupla e boa relação peso-potência, teve uma versão de corrida que acumulou várias vitórias na Nascar, deixando para trás muitos carros V8 (daí a inspiração para Carros).
Sem conseguir fazer frente a Ford, GM e Chrysler, que tinham mais capital, em 1957 a Hudson fundiu-se à Nash, para formar a AMC. Mas seus carros marcaram época.