
“Está bonito, hein? Quantos anos tem? Nossa, nem parece!”. O administrador Thyago Szoke já se acostumou a ouvir esse tipo de comentário em seus passeios dominicais. Mas o assédio não é dirigido a ele, e sim a seu Volkswagen Santana CLi 1994.
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O avô de Szoke retirou o sedã da concessionária em 23 de março de 1994. Antes, havia tido um exemplar de 1987. A convivência do administrador com o Santana desde a infância se transformou em uma paixão que cresceu com o passar dos anos.
“Comecei a estudar o modelo, ver o que mudava de um ano para o outro”, conta Szoke, que é presidente de um clube dedicado ao Volkswagen.
Quando passou do avô para o neto, em 2007, o Santana tinha apenas 27 mil km. De lá para cá, rodou apenas 7 mil km. “A mecânica ainda é nova. Só regulei a marcha lenta e refiz a suspensão”, afirma Szoke. “Tem gente que o chama de Sandy, porque é virgem, nunca foi mexido”, brinca.
AMOR DE FÃ
Como todo fã que se preze, Szoke é só elogios para o modelo. “É confiável, confortável e, sabendo levar, não ‘bebe’ muito. O motor 1.8 a gasolina chega a fazer 10 km/l na cidade e 14 km/l na estrada.”
Ele lamenta que o modelo esteja caindo no esquecimento. “Por ser robusto, é muito usado como carro de trabalho, desses que levam escadas no teto. Ou vai para desmanches. Os poucos exemplares íntegros tendem a virar carros de coleção. A hora de comprá-los é agora.”
Que nenhum leitor se anime a adquirir o Santana de Szoke, porém. “Não vou vendê-lo nunca, nem por 200 vezes o valor de tabela. Se eu perder tudo, vou morar dentro dele”, exagera. “O máximo que faço é ajudar a pessoa a adquirir outro.”
HISTÓRIA
O Santana foi o primeiro carro de luxo da VW feito no Brasil. Variante da segunda geração do Passat alemão, foi lançado em 1984 e teve como principal rival o Monza, da GM.
Era vendido em três configurações: duas-portas (inexistente fora do Brasil), quatro-portas e perua (batizada de Quantum). Foi reestilizado em 1991 e saiu de linha em 2006.