Colocar um Mustang na garagem é o sonho de muitos aficionados por carros. Mas o médico Fernando Leibel foi além. Não satisfeito em adquirir um exemplar, ele quis que seu cupê tivesse um visual totalmente personalizado. Após um ano e três meses de trabalho, o Ford alcançou o resultado esperado por seu dono, que pode ser conferido nas fotos desta reportagem.
Quando decidiu comprar o modelo, em 2010, Leibel queria um com carroceria fastback fabricado em 1969. “Ele tem linhas agressivas, que inspiraram o redesenho de 2005. Antes de 1969, o Mustang parecia um carro de passeio e, depois de 1972, ficou grande demais”, opina o médico, que pretende iniciar uma coleção só de muscle cars norte-americanos.
Três anos se passaram até ele encontrar o carro ideal. O proprietário anterior havia planejado restaurá-lo, mas desistiu da ideia. A estrutura íntegra, sem ferrugem, foi suficiente para conquistar o médico, que estava disposto a refazer o Ford do zero. “Queria um antigo que pudesse ser usado como um carro novo”, explica.
Para atender ao desejo de Leibel, o Mustang recebeu motor de 340 cv assinado pela Ford Racing, a divisão de competição da marca norte-americana, além de um novo câmbio e freios a disco nas quatro rodas. A cabine foi refeita de acordo com os parâmetros originais, exceto por um importante detalhe. “Pedi para um especialista em restauração da Porsche desenhar um painel de instrumentos especialmente para meu carro”, conta o médico.
A busca por exclusividade se refletiu também na carroceria, que ganhou faixas customizadas, com o cuidado de não desvirtuar a essência do modelo. “Quis um carro que tivesse características únicas e ao mesmo tempo encarnasse aquilo que um Mustang representa. Quem olha, vê que é um exemplar do muscle car da Ford, mas com detalhes próprios.”
Apesar do ar invocado e da potência que transborda do novo V8 (o original tinha 200 cv), o modelo não deve ter seu fôlego colocado à prova por Leibel, habituado a guiar um Range Rover Evoque. “Um carro de 1969 tem recursos compatíveis com a época, é muito mais cru”, compara. “Ele não tem controle de tração, então acelerá-lo demais é até perigoso. Se você fizer uma curva a 140 km/h, ele vai parar do outro lado da pista. É um veículo mais para passear, desfilar, fazer barulho.”
E esse gostinho Leibel já começou a provar. Ele marcou um café da manhã com amigos próximos e, sem avisar, chegou a bordo do Ford. “Eles ficaram doidos! No nosso grupo, há três Ferrari e dois Porsche, e quem passava só olhava para o meu carro. O Mustang roubou a cena”, gaba-se.
O passo seguinte foi filiar-se a um clube dedicado ao modelo. “Vou começar a sair com eles, para meu carro estar no meio dos ‘irmãos’”, diz o médico, ciente de que seu fastback inspira cuidados. “Um carro desses não tem seguro. Uma encostada nele é um problemão.”