Sexta-feira é o dia em que muitos executivos deixam a formalidade de lado e dão expediente em trajes mais casuais. O empresário André Luiz Rodrigues faz algo parecido ao usar sua Caravan 1978, com a qual ele circula apenas uma vez por semana, em um trajeto de 80 km.
Fã do modelo da Chevrolet, ele tinha um Opala 1974 quando um amigo lhe ofereceu a perua, que já havia sido restaurada. “Essa Caravan ficou com o primeiro dono até 1992 e teve outros três proprietários antes de mim”, conta Rodrigues, que guarda todos os documentos de transferência do veículo e, desde que comprou o modelo, há cerca de três anos, rodou menos de 5 mil km com ele.
Chama a atenção a integridade da carroceria, na cor Azul Danúbio. “Foi o primeiro ano em que a GM incorporou tons metálicas à sua linha feita no Brasil”, diz o dono da perua, que elogia o conforto do carro. “Mesmo sem ar-condicionado e direção hidráulica, ela é mais gostosa de dirigir que modelos mais recentes, como meus Ford Focus e Fiat Mille, por exemplo.”
Rodrigues mandou refazer a parte elétrica, pintou o motor e as rodas e substituiu o carburador por outro maior, para favorecer o desempenho. “Ela chega facilmente aos 160 km/h. E roda 7 km na cidade com um litro de gasolina.”
O empresário e a Caravan costumam participar de eventos ligados à família Opala que ocorrem anualmente no Anhembi, na zona norte da capital, e em Jundiaí, no interior do Estado. Eduarda, sua filha de 7 anos, é parceira nos passeios. “Ela gosta de viajar no carro”, diz.
Por onde passa, a perua Chevrolet vai resgatando lembranças. “A toda hora ouço relatos de pessoas que tiveram uma Caravan. Cada vez que paro em um posto de gasolina, ganho um novo amigo”, brinca o orgulhoso “opaleiro”.
História. Lançado em 1968, o Opala foi o primeiro carro de
passeio feito pela General Motors no Brasil, a partir do alemão Opel
Rekord C. Tinha configurações sedã, depois cupê, três níveis de
acabamento e duas opções de motor: quatro-cilindros de 2,5 litros e
seis-cilindros de 4,1 litros. A versão perua, Caravan, surgiu em 1975.
Em 1980, a família recebeu a primeira grande reestilização e ganhou linhas quadradas. A partir daí, as mudanças abrangeram principalmente a cabine, painel de instrumentos e faróis, com outras quatro atualizações até o fim da produção, em 1992.