O contador Rogério Diana faz parte da legião de adoradores do Fusca. Depois de dedicar muitos anos à restauração de um exemplar de 1973 do Volkswagen, do qual teve de se desfazer por causa de dificuldades financeiras, ele deu a volta por cima – e em grande estilo.
Atualmente, tem um Fusca de 1995, customizado (com suspensão rebaixada e mecânica preparada) e outro da última encarnação do modelo, comprado novo em 2014.
O 1995 veio primeiro – também no ano passado -, após Diana procurar por seis meses até encontrar um VW que lhe agradasse. “Eu queria um dessa fase, na qual o carro ficou popularmente conhecido como ‘Itamar’, com carburador duplo e relação de marchas melhor.”
Antes de ser comprado pelo contador, o Fusca ficou nove anos nas mãos de um cantor de música sertaneja, que não tinha mais tempo para curtir o “besouro”. Ele foi o responsável pela restauração mais pesada do modelo, que incluiu o desmonte completo e a troca da cor original, “Verde Taiti”, pela “Azul Miami” usada pela Fiat em alguns de seus modelos.
“Quando vi o carro pela primeira vez, achei que a cor até ornou. Depois, cansei dela, pois não ‘passa batido’ em lugar nenhum. Para amenizar o impacto visual, removi os cromados e coloquei frisos foscos, aproximando-o de um ‘Itamar’ original”, conta Diana.
As melhorias incluíram nova suspensão, para-choques, maçanetas, retrovisores e rodas de liga leve de 17” (iguais às do Porsche). O motor boxer foi revisado e recebeu um kit turbo. “Coisa simples. É a menor turbina disponível no mercado, não é para correr. É só para pegar uma estradinha e, quando precisar, ter um carro que anda um pouco mais”, diz o contador.
Novo amor. Meses depois de Diana comprar o “velhinho”, a Volkswagen lançou a atual geração do Fusca. E o contador resolveu que teria um exemplar.
“O New Beetle (de 1997) não me impressionou e eu não quis ter um. Mas o novo é extraordinário! Tem motor de 211 cv, é rápido, estável, espaçoso, confortável, tem teto solar e câmbio automático. Só falta falar”, elogia o fã do modelo.
Apesar disso, Diana não esconde o carinho pelo antigo. “Ele tem suas limitações. A própria VW retomou a produção sabendo que não conseguiria competir com os lançamentos da época. Mas a mecânica é simples e boa, e o que ele não tem de conforto, compensa com carisma”, acredita.
“É possível consertar o Fusca antigo com um fio de arame, se necessário”, exagera. “Já o novo perdeu isso. Não dá nem para enxergar o motor por baixo daquela cobertura. Se der pane, tem de chamar um guincho, pois não dá para mexer.”
No dia a dia, Diana se divide entre os VW e o Nissan March que compartilha com a esposa. O Fusca antigo fica reservado para ocasiões especiais e, segundo seu proprietário, rouba todas as atenções. “Por onde passo, as pessoas param, perguntam, fotografam. Seja pelo carinho que têm pelo modelo ou pela cor e o bom estado de conservação. A gente sai de Fusca antigo e só faz amizade. Já o novo passa despercebido, e muitos o confundem com o Beetle”, diz.
Entre os passeios preferidos do contador estão – é claro – reuniões com outros proprietários tão fanáticos quanto ele.
“Sempre que posso, me junto a dezenas de fãs em um posto de gasolina. Os Fuscas são muito bem cuidados e, para qualquer reparo ou serviço que seja necessário, alguém sempre saberá indicar um especialista.”