Luís Felipe Figueiredo
No começo dos anos 1960 nos Estados Unidos, a gasolina era farta e com preço baixo, mas os carros grandes e desajeitados não atraíam muito os jovens americanos.
Até que em 1964 surgiu o Ford Mustang, o primeiro “pony car” da história. O apelido faz referência tanto ao nome do modelo (mustangue era uma raça de cavalos selvagens) quanto à sua proposta de veículo acessível, compacto para o padrão dos EUA e de apelo esportivo.
Depois surgiram os rivais Chevrolet Camaro, em 1966, e Dodge Challenger, em 1970. Apesar de famosos, eles jamais conseguiram repetir o sucesso do Ford, que teve 420 mil unidades vendidas já no primeiro ano.
Mas ser acessível e compacto não bastava. Era necessário potência. Assim, também em 1964, o engenheiro-chefe da Pontiac, John DeLorean, decidiu colocar no Tempest, um modelo médio, o motor do grandalhão Bonneville. Para nomear a criação, “pegou emprestada” a sigla GTO da Ferrari. Nascia o Pontiac GTO, o primeiro “muscle car”.
Esse apelido foi dado aos carros de duas portas (em geral) equipados com motores V8 de grande cilindrada (alguns tinham até 7,4 litros) e de extremo desempenho em linha reta, como as provas de dragster.
As outras fabricantes adotaram a ideia, com modelos como o Chevrolet Chevelle, Plymouth Road Runner e Ford Torino. Os “pony cars” também ganharam motores cada vez maiores até todos virarem “muscle cars”.
Esses modelos perderam força em 1973, com a crise do petróleo. Beberrões, saíram de cena e só retornaram no fim da década passada, agora com ar “retrô”.