NÍCOLAS BORGES
Foram só cinco anos no mercado e cerca de 3 mil unidades vendidas. Mas a importância do Romi-Isetta é muito maior que seus números modestos. Trata-se do primeiro automóvel feito em série no Brasil, cujo lançamento completará 55 anos nesta segunda-feira. Haverá uma grande festa de comemoração hoje, em um evento em Santa Bárbara d’Oeste, no interior.
Na trajetória desse pioneiro há várias curiosidades além do comprimento de 2,28 m – 41 cm a menos que o Smart Fortwo. A começar pela forma com que foi tomada a decisão sobre a produção do carrinho.
No começo de 1955, a Romi tinha 25 anos de existência e produzia máquinas e equipamentos agrícolas em Santa Bárbara d’Oeste (SP), cidade a 138 km da capital. Foi quando um dos fundadores, o italiano Carlos Chiti, conheceu numa revista o Iso Isetta, lançado em 1953 na Itália.
Percebendo que seria possível fabricar o Isetta no Brasil, Chiti e seu sócio, Américo Emílio Romi foram à Turim em junho de 1955 para negociar com a criadora, a Iso, que licenciou a produção. Exatamente um ano depois, foram feitas as primeiras unidades do Romi-Isetta nacional.
Até 1958, o modelo teve motor Iso dois-tempos bicilíndrico de 236 cm³ e 9,5 cv. De 1959 até o final da produção, em1961, usou-se um BMW monocilíndrico de quatro tempos, 298 cm³ e 13 cv. O câmbio sempre foi manual de quatro marchas.
Volta ao passado
Em 5 de setembro de 1956, a Romi fez uma caravana com os primeiros 30 exemplares feitos no País pela região central de São Paulo para divulgar a novidade. Hoje, às 11h, partirá da fábrica da Romi, em Santa Bárbara d’Oeste, um desfile com dezenas de Romi-Isetta até o centro daquela cidade, como parte do 3º encontro nacional.