A paixão de Eduardo Beltrão pelos modelos da Puma começou nos anos 70, quando ele era sócio de uma oficina que preparava motores para a Divisão 3, categoria do automobilismo nacional disputada por carros de série, a maioria com mecânica Volkswagen refrigerada a ar.
Agora, o consultor revive as emoções dos tempos de pista quando dá partida no motor “apimentado” do Puma GTS 1975 que comprou há seis anos. O carro foi trazido de Goiás e Beltrão passou mais de um ano preparando o boxer 1.6.
Ele afirma ter gasto na reforma o dobro do valor que pagou pelo Puma, mas não se arrepende. De acordo com ele, seu conversível vale cerca de R$ 40 mil.
Entre as atualizações, a capacidade volumétrica do motor boxer subiu para 1,9 litro e a potência chega a 120 cv, de acordo com Beltrão. Para dar conta da maior sede por combustível, o carburador original deu lugar a um Weber 40.
Experiência no ramo o consultor tem de sobra. Ele era responsável por testar, em um Puma, os motores da Divisão 3 antes de irem para a pista. Nesse período, ele conheceu o projetista do esportivo nacional, Anísio Campos, e o piloto Ingo Hoffman, que participava das provas em uma Brasília azul.
Com a melhoria na performance, foi preciso aumentar a capacidade de arrefecimento do propulsor. A solução foi adotar dois radiadores de óleo, sistema semelhante ao usado nas provas da Divisão 3. O câmbio, que tem engates curtos e rápidos ganhou embreagem com discos de cerâmica para aguentar a força extra.
Estilo. Para deixar o visual do Puminha à altura do novo coração, Beltrão mandou refazer a capota e repintar a carroceria de cinza. Os bancos foram trocados, o volante é de três raios com revestimento de couro e o painel de instrumentos traz “relojoaria” da AutoMeter.
Para manter a pegada esportiva, os pneus traseiros são mais largos que os dianteiros. As rodas cromadas, da clássica marca Scorro, têm 14 polegadas e calçam pneus 190/70 R14 atrás e 185/90 R14 na frente. A suspensão é ajustável, para, segundo o consultor, permitir que o Puma GTS ofereça a melhor resposta de acordo com as condições de uso.
“Gosto tanto desse carro que rodo pelo menos três dias por semana com ele. Sempre que posso, vou aos encontros da (Estação) Luz”, conta.
Ele diz que durante a reforma, contou com a ajuda de membros do Puma Classic, agremiação dedicada ao esportivo. “Eles sabem os caminhos para quem precisa encontrar peças e especialistas em manutenção. Sempre vale a pena recorrer aos clubes, independentemente do modelo do carro.”