O administrador de empresas Maurício Welsh tem o Porsche certo para cada ocasião. Se o dia pede um passeio ameno, talvez um bom restaurante, ele aposta no 356 Speedster verde. Mas se a ideia é rasgar as curvas de um autódromo, é o 550 Spyder prateado que sai da garagem.
Trata-se de duas réplicas, é bom avisar. Mas isso não tira o brilho dos carros, feitos em 1978. “Chamam mais atenção que muitos importados novos. Quando vou comer fora, eles ficam parados na porta dos lugares com destaque”, diz o dono.
Quando Welsh viu o 356 em uma revista, ficou louco pelo carro. O modelo não estava à venda, mas, com destreza, ele conseguiu que o proprietário, responsável pela construção da réplica, concordasse em fechar negócio e também lhe oferecesse o 550, alguns meses depois.
“Os dois carros já estavam prontos. Eu só compro antigos já restaurados. Quando você tem de refazer um modelo do zero, acaba gastando muito mais do que ele vale e jamais recupera o investimento.”
A mecânica Volkswagen não dá dor de cabeça. O 356 tem um motor boxer 1.9 de 120 cv, enquanto o 550 traz um 2.0 turbo de Golf, com 240 cv. De clara vocação para as pistas, com direito a bancos do tipo concha e santantônio, o segundo modelo parece feito sob medida para ele, um amante da velocidade. “Sempre curti carros rápidos.”
Welsh já teve a chance de sentir o gostinho de um Porsche original. Em 2011, ele e o irmão viajaram para a Alemanha e, depois de visitarem as fábricas e museus das grandes marcas do país, aproveitaram as rodovias com trechos sem limite de velocidade para se esbaldar ao volante de um 911 Carrera 4S. “Cheguei a 300 km/h”, gaba-se.
De volta à vida real, o administrador cuida das réplicas com o mesmo amor que um Porsche legítimo mereceria. “Guardo os dois sob capas de feltro. Tenho prazer só de vê-los na garagem, lavar, polir. A gente mexe nos carros e cria afeto por eles.