
Em 1976, a família do projetista aposentado Carlos Alberto Hutter procurava um veículo que pudesse encarar estradas de terra e carregar toda a bagagem até um sítio em Suzano, na Grande São Paulo. A primeira opção era o Chevrolet Veraneio, mas o carro que conquistou os Hutter foi um Rural azul e branco (pintura saia e blusa) que estava exposto em uma concessionária Ford na região de Guarulhos.
“Foi amor à primeira vista”, lembra o projetista. Ele comprou o utilitário-esportivo em sociedade com o pai. E nunca mais se desfez do carro.
Desde então, a única grande reforma pela qual o Rural passou foi na pintura. “Foi em 1991, apenas para apagar algumas falhas.” De acordo com Hutter, o carro foi enviado para a oficina completamente desmontado. “Depois que o serviço foi concluído, nós mesmos o remontamos. Tudo para garantir que cada parafuso ficaria no lugar correto”, conta.
Tantas histórias após quase 40 anos – e 141 mil km rodados – rendeu ao Rural o apelido de “Amada Amante”. A alcunha foi dada pela esposa de Hutter, Maria de Lourdes. “Vira e mexe, encontro meu marido fazendo carinho no carro”, diz ela.
O projetista conta que a manutenção do carro é simples e, quando precisa de peças, recorre a lojas especializadas em modelos 4×4. De acordo com ele, a melhor forma de cuidar do Rural é usá-lo sempre. “Afinal, carro parado é carro estragado.”
HISTÓRIA
O Ford Rural foi lançado em 1946, nos Estados Unidos, com o nome de Willys. Dois anos depois, passou a ser importado no Brasil.
Em 1952, foi fundada a Willys Overland do Brasil, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O utilitário foi feito nessa fábrica de 1958 a 1977 – até 1971 ele era conhecido pelo nome de Rural Willys e usava motor de seis cilindros em linha.
O de Hutter tem um quatro-cilindros. A transmissão inclui câmbio manual de quatro marchas e tração 4×4.