Em 1979, o Brasil acompanhou a estreia do primeiro carro feito em série movido a álcool. Pioneiro, o Fiat 147 deu início a uma verdadeira saga que teve lá seus momentos ruins, mas fez surgir a atual tecnologia flexível.
O lançamento da Fiat foi uma resposta às mudanças pelas quais o mundo passava na década de 70. A certeza de que o petróleo é finito causou a primeira grande crise relacionada ao combustível, em 1973. Para se precaver do cenário que vinha se formando, o governo brasileiro criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1975, A meta era usar o etanol em carros de passeio, deixando o petróleo para os veículos comerciais.
DESAFIO
Membro da comissão técnica para motores de ciclo Otto da SAE Brasil, Waldemar Christofoletti diz que isso gerou um grande desafio para a engenharia nacional: desenvolver versões a álcool para os motores existentes à época.
FLEXÍVEL
Quase três décadas depois, em 2003, a Volkswagen lançou o Gol Total Flex, primeiro carro com a tecnologia que permite rodar com etanol e/ou gasolina em qualquer proporção. Em 2009, a marca alemã começou a vender o Polo E-Flex. A série especial foi o primeiro flexível a dispensar o tanquinho de gasolina nas partidas a frio.
Um ano depois, chegava às lojas do País o Kia Soul Flex. Com motor 1.6, foi o primeiro carro flexível feito fora do Mercosul. E tem mais novidades a caminho. Diretor de engenharia de produtos da GM Powertrain, Paulo Riedel diz que a adoção de turbocompressor é uma das possibilidades para reduzir os níveis de consumo e emissões dos motores bicombustíveis.