Leandro Alvares
A sorte de encontrar uma raridade à venda em um anúncio de jornal, há 14 anos, foi bem aproveitada pelo comerciante Cláudio Celiberti, de 66 anos, que desde a infância sonhou com um Volkswagen Karmann-Ghia conversível. “E tinha de ser um original, um dos 177 que foram produzidos no País. Nada de réplica”, conta.
O exemplar 1969 das fotos desta reportagem é exatamente do jeito que o colecionador aprecia. Dentro do capô, uma chapa traz o número 119, confirmando a autenticidade de produção do esportivo de dois lugares.
“Ele pertencia ao médico Paulo Cesar Sandler, autor de livros sobre clássicos nacionais. Por acaso, abri a seção de classificados do jornal e vi o anúncio do Karmann. Fui logo ao encontro do carro, me apaixonei e o comprei”, lembra o comerciante. Segundo ele, o modelo custou R$ 20 mil. “Um valor salgado para um antigo em 1997.”
Mas esse preço foi justo, segundo Celiberti. “Não precisei fazer absolutamente nada no carro. Ele parecia zero-km, do jeito que eu sempre sonhei desde que era garoto”, acrescenta.
Equipado com motor traseiro boxer de 1.600 cm³, o Karmann-Ghia tem apetite para acelerar forte até os dias atuais, de acordo com o seu proprietário. “Mas o que mais me encanta nele é o visual, com linhas bastante modernas para a sua época.”
No interior, destaque para o ótimo estado de conservação de todos os componentes e acessórios, como o rádio com toca-fitas – que funciona perfeitamente – e os emblemas do modelo. “Também está intacta a trava de segurança de câmbio de quatro velocidades, que impede o engate das marchas e é acionada por meio de chave”, ressalta Celiberti.
Quanto à rotina do Karmann-Ghia, o comerciante diz que é destinada a passeios de fim de semana e encontro de antigos. “Abro a capota de tecido e desfilo com o conversível pelas ruas. Como sou chato com os meus carros, só deixo o meu filho, que também adora clássicos, dirigi-lo… Às vezes.”
Propostas para vendê-lo surgem aos montes. “Mas esse foi o primeiro carro de minha coleção. Posso vender todos os outros, mas o Karmann jamais.”
FOTOS: PAULO LIEBERT/AE