GUILHERME WALTENBERG
Estudante de sociologia, jogadora de rúgbi e fã de rock pesado. Esse é o perfil de Júlia Cavalcanti, dona do Fusca cor-de-rosa das fotos desta página. O Volkswagen apelidado de Penny Lane, referência à música dos Beatles e uma brincadeira com a personagem de animação Penélope Charmosa, foi comprado há três anos, quando ela estava prestes a completar 18.
A ideia surgiu num bate-papo com a família. “Queria um carro diferente e barato. Quando minha mãe sugeriu, brincando, um Fusca cor-de-rosa, topei na hora”, diz Júlia.
A ideia começou a se materializar durante uma viagem da família de Júlia à Taquaritinga (SP), cidade em que vivem seus avós. Ela viu, em um jornal local, o anúncio de um Fusca 1.300 branco 1983 à venda por R$ 5 mil. E comprou o VW sem hesitar.
“O carro precisava de alguns reparos, além da repintura”, diz a estudante. O serviço foi encomendado à uma oficina da cidade. Quando o VW ficou pronto, o pai de Júlia foi buscá-lo. “Imagina a cena: meu pai, que tem quase dois metros de altura, passando ao lado de caminhoneiros em um Fusca rosa”, brinca.
A transformação do Volks estava só começando. Júlia colocou bancos de couro branco e pintou peças do painel. Também instalou itens “retrô”, como espelhos e pestanas nos faróis.
O motor não foi mexido. Mas, para aguentar o sistema de som, foi preciso instalar uma bateria extra. A trilha sonora é sempre da banda inglesa Iron Maiden.
Faltavam as rodas. “Queria iguais às do Porsche, mas não achei. Quando vi essas, de 17 polegadas, adorei, só que custavam R$ 7 mil. Surpreendentemente, minha mãe me deu o jogo de presente.” A suspensão do carro foi levantada.
Após investir R$ 25 mil no Fusca, Júlia conta que ele se tornou “lendário” na USP, onde ela estuda e joga rúgbi. Apesar de ela não se comportar como uma Penélope Charmosa, as brincadeiras são inevitáveis. “Alguns dizem que é carro de ‘filhinha de papai’, mas a maioria entende que é um gosto. Aliás, um bom gosto”, diz, rindo.