Dono de um Volkswagen Santana CD 1984 que recebeu a placa preta há apenas duas semanas, o comerciante Adriano Lages Nogueira é tão fascinado por carros desde criança que acabou fazendo dessa paixão o seu ganha-pão. Após terminar a faculdade, começou a comprar modelos antigos para reformar e revender. “Eu tinha coleções de veículos de montar quando era pequeno; gosto mesmo é de arrumar os carros”, conta.
Para fugir do trânsito caótico de São Paulo, o leitor decidiu se mudar para São Roque, no interior do Estado, e passou a se dedicar à procura de veículos da década de 80. Atualmente tem sete carros da época. Entre eles estão um VW Gol GT, um Fiat Oggi da série especial Pierre Balmain e um Ford Del Rey Limousine que pertenceu à família Mansur – então dona do Mappin. “Procuro carros que estão ficando raros nas ruas.”
Influenciado pelo tio, que sempre teve veículos da Volkswagen – entre eles três Santana e alguns Passat -, Nogueira encontrou o exemplar desta reportagem à venda no bairro da Mooca, na zona leste.
Pintado na cor verde e com interior marrom, o sedã foi comprado em meados do ano passado por R$ 6 mil e recebeu alguns ajustes para poder ganhar a placa preta, como novas rodas e uma reforma no volante.
“O carro foi atestado com cerca de 86% de originalidade. Poderia ter sido um pouco melhor, pois as lanternas são fumê, enquanto as lentes da versão de fábrica eram transparentes”, conta. “Já as rodas que coloquei não são as que vieram de fábrica. No entanto, eram vendidas como acessórios para o carro na época.” O volante tem couro preto, pois Nogueira não encontrou o material marrom do restante da cabine.
Com 223 mil km rodados, o Santana é equipado com motor 1.8 a gasolina de 86 cv e câmbio manual de cinco marchas. Apesar dos outros carros na garagem, atualmente ele é o mais usado pelo leitor no dia a dia.