NÍCOLAS BORGES
Apesar de apenas 822 unidades terem sido feitas ao longo de cinco anos, o Willys Interlagos é um dos modelos mais importantes na história da indústria automotiva brasileira. Primeiro esportivo e conversível feito no País, também foi pioneiro no uso do plástico e fibra de vidro na carroceria e, de quebra, acumulou muitas vitórias nas pistas. Quando foi lançado, em 1961, o Interlagos era idêntico ao Renault Alpine A108, lançado cinco anos antes na Europa. Seu nome, escolhido em homenagem ao autódromo paulistano, foi sugestão do publicitário Mauro Salles.
Vale lembrar que a filial brasileira da Willys-Overland produzia, sob licença, modelos da montadora francesa, além de utilitários de origem americana – a exemplo do Jeep. O Interlagos não ficou defasado nem em 1963, quando o A110 surgiu na Europa, pois ele tinha poucas diferenças visuais em relação ao sucessor.
Assim como a tração, o motor era traseiro, de quatro cilindros em linha e três opções de cilindrada: 845, 904 e 998 cm³, com potências de 40, 56 e 70 cv, respectivamente. O mais forte era exclusivo da carroceria mais tradicional, a berlineta, com seu vidro traseiro curvo. Havia ainda as versões cupê e conversível, inexistentes na Europa. Por sinal, o Interlagos foi o primeiro carro brasileiro sem capota.
Nas pistas
No Brasil, o Interlagos venceu provas como a 500 Milhas de Porto Alegre, com grandes pilotos, como os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi, José Carlos Pace e Bird Clemente. Na Europa, o Alpine A110 (produzido até 1977) teve ainda mais sucesso. No tradicional Rali de Monte Carlo, por exemplo, ocupou as três primeiras posições em 1971 e 1973.