Conheça mulheres apaixonadas por motonas

Está cada vez menos incomum ver mulheres em motocicletas de alta cilindrada; confira galeria

Por 28 de jan, 2015 · 6m de leitura.

O número de mulheres ao guidão de motocicletas não para de crescer no País. Em 2005, elas representavam 19% dos brasileiros habilitados na categoria A – atualmente, são 26%, ou nada menos que 5.034.147 de motociclistas, de acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). E o melhor: muitas delas se aventuram em ruas e estradas sobre modelos de alta cilindrada.

É o caso da dentista Cecília Satumi Kondo, que usa diariamente um Honda PCX, scooter com motor de 150 cm³, mas tem uma BMW R1200R com a qual costuma fazer viagens internacionais. A esportiva alemã, aliás, está “presa” em Rosário, na Argentina.


Cecília viajou ao país vizinho com o marido e acabou perdendo os documentos da moto. “Tive de voltar de avião, mas em breve irei resgatar a BMW”, conta.

Dona de uma Harley-Davidson Deluxe ano 2009, a arquiteta Cléia Megalomatidis faz parte do Ladies of the Road, grupo que reúne mais de 30 mulheres motociclistas. Ela conta que anda de moto desde a adolescência, mas acabou ficando longe do guidom por algum tempo. “Há alguns anos, entrei em uma crise aguda de estresse por causa do trabalho e resolvi comprar a Harley como uma espécie de terapia. Foi a melhor coisa que fiz.”

A administradora de empresas Priscila Camilis também se interessou pelas motocicletas na adolescência, período no qual costumava pilotar escondida do pai. Já adulta, resolveu comprar um scooter, que algum tempo depois foi trocado por uma Yamaha Virago, que por sua vez foi trocada uma Harley-Davidson Deluxe 2014.


A volta ao mundo das duas rodas até a fez mudar de ramo. Atualmente ela é representante no Brasil de uma empresa americana de aluguel de motocicletas. “Gosto tanto de motos que resolvi abrir a agência e assim estou o tempo todo envolvida com o assunto”, conta.

O modelo de Priscila é todo personalizado. Traz vários acessórios da Harley exclusivos para o público feminino, como strass nos aros dos mostradores do painel e na tampa do tanque de combustível.

A feminilidade e a vaidade, aliás, são marcas das seis motociclistas ouvidas pela reportagem. Elas dizem que, embora tenha diminuído, o preconceito em relação às mulheres de moto ainda existe.


Arquiteta e empresária, Cinthia Morales conta que um grupo de motociclistas que seguia por uma estrada a desdenhou quando ela decidiu acompanhá-los com sua BMW F800 R. “Eles acharam que eu não conseguiria andar rápido, mas, na parada seguinte, um deles veio dizer que eu andava como um homem. Respondi que eram eles que pilotavam como meninas”, diverte-se.

Fã de modelos esportivos, a corretora de imóveis Carla Del Valle afirma que usa diariamente sua Triumph Daytona 675. “Adoro motos desde sempre. Já tive (Honda) Hornet e pretendo trocar a Triumph por uma Kawasaki ZX-6R.”

Já a coordenadora de eventos Eliana Malizia prefere as virtudes on e off road da Ducati Multistrada com a qual vai à academia e aos compromissos profissionais. Ela mantém um blog no qual escreve sobre o assunto. “Tive uma – única – e ruim experiência com o transporte público. Então comprei minha primeira moto aos 18 anos, fui ‘subindo’ de cilindrada e acho que nunca vou ter um carro.”


*Agradecimento à Associação Paulista de Motociclismo, pelo espaço para fotos e vídeo