A Harley-Davidson confirmou hoje um acordo com a Qianjiang Motorcycle para produzir motos de baixa cilindrada na China. O acordo contempla uma “linha de motocicletas” e não apenas um produto.
O primeiro produto da parceria será uma motocicleta com motor de 338 cm³. Esse é o menor motor produzido pela Harley-Davidson em sua história. A primeira motocicleta chegará às lojas no final de 2020 na China, e em outros mercados da Ásia em sequência.
A Qianjiang é a empresa-mãe das marcas Keeway e Benelli, que anunciaram uma vinda ao Brasil em 2013. A primeira nunca chegou a ser vendida, que eram motos de baixa capacidade cúbica, enquanto a segunda, que originalmente era italiana, teve uma operação que durou apenas um ano no País. Ela é uma subsidiária para produtos de duas rodas da Geely, empresa chinesa de carros e acionista da Volvo.
Harley-Davidson quer crescer para sobreviver
A Harley-Davidson tomou a decisão, mesmo contra a vontade do presidente norte-americano Donald Trump, que quer que todo produto americano seja fabricado no País e não fora, independentemente dos custos mais altos.
Contudo, a marca pretende que metade de suas vendas venham de mercados internacionais até 2027. Isso porque a marca está em franca queda de vendas nos Estados Unidos, onde sua base de clientes envelheceu e está parando de consumir seus produtos.
“É uma pena, mas nós estamos seguindo com nossa estratégia para garantir que nós iremos preservar a integridade e o potencial de crescimento dentro do mercado europeu”, disse o CEO da companhia, Matthew Levatich.
A marca já experimentou nos últimos anos um sucesso em segmentos menores com a Street 500. Ela foi criada para o mercado indiano, onde a média cilindrada ganha força e briga com as 500 da Royal Enfield.
Novos segmentos
No final do ano passado, a Harley-Davidson, já em um movimento para conseguir atrair novos públicos para a marca, anunciou novos modelos. Para 2020, chegam às ruas a primeira big trail e uma naked esportiva (Streetfighter), além de novas custom, com estilo mais jovem e agressivo.
A Pan America é a primeira big trail da marca, com motor V2 de 1.250 cm³. A segunda é uma naked esportiva, com motor V2 de 975 cm³ e estilo agressivo para brigar no andar intermediário, com motos como BMW S 1000 R e Kawasaki Z1000. A custom tem estilo esportivo, algo como uma sucessora espiritual da V-Rod. Seu motor é o V2 de 1.250 cm³, também.
Motos elétricas
A sua primeira moto elétrica, a Livewire, chega às lojas dos Estados Unidos em agosto. O modelo que custará US$ 29 mil e vai oferecer uma autonomia de 180 km. Ela é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos.
Como parte do novo conceito para um público jovem, a Livewire vai trazer todo um projeto de conectividade. Por meio de um aplicativo para smartphone, o H-D Connect, será possível ver a carga da bateria e a autonomia disponível de qualquer lugar com sinal de celular.
Por ele, o piloto também será capaz de encontrar um estação de recarga mais próxima. O aplicativo servirá também para enviar alertas aos proprietário sobre as próximas revisões necessárias. Ao estilo do OnStar da GM, o H-D Connect servirá ainda para rastrear a moto e alertar se for violada ou tentar ser movida de lugar.
A Livewire é apenas a primeira de uma família de motos elétricas que a Harley-Davidson planeja até 2022. A ideia é que a gama represente uma atuação diferenciada dentro desse segmento, já que algumas serão pequenas e mais leves, para garantir a introdução de novos motociclistas ao mundo das duas rodas.
“O mercado de motos elétricas é ‘infantil’ hoje, mas acreditamos que motos [elétricas] premium da Harley-Davidson podem ajudar a ditar um rumo ao entusiasmo e participação global”, afirmou o CEO da Harley-Davidson, Matt Levatich.